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Os novos rumos do sistema educacional brasileiro

Congresso em Foco

3/8/2010 6:00

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Marcos Morita*

O setor educacional presenciou nas últimas semanas algo já bastante comum em outros mercados. O grupo SEB, nascido em Ribeirão Preto e proprietário das marcas COC, Pueri Domus, Dom Bosco e Name, foi adquirido pela Pearson, empresa inglesa controladora do conglomerado americano Financial Times. O fato ocorre uma semana após a negociação perdida para a editora Abril, relativa à compra do paulistano Anglo.
 
Tal interesse se justifica pelo tamanho do mercado e por uma modalidade de negócios tipicamente brasileira - os sistemas de ensino - baseados no tripé assessoria de ensino, economia de escala e material didático, em geral escrito, editado e impresso em gráficas próprias. Semelhante a uma franquia, os grupos repassam a metodologia de ensino e os materiais de apoio às milhares de escolas parceiras espalhadas pelo país.
 
O método prosperou à medida que o ensino público se deteriorava, resultado de décadas de descaso e falta de investimentos. Num país com milhões de estudantes semi-analfabetos, estratégias de massa tiveram que ser adotadas para cobrir o déficit crônico de conhecimento. O que era um calvário aos governantes tornou-se um eldorado para muitos empresários. Como em qualquer segmento, as oportunidades crescem à medida que aumentam as necessidades não atendidas. Só o grupo Pearson pretende dobrar o número de estudantes, atingindo um milhão nos próximos anos.
 
É comum, à medida que uma indústria torna-se mais competitiva, o surgimento de novos concorrentes, interessados nos lucros proporcionados por mercados em crescimento. Grandes grupos nacionais e multinacionais fazem parte do novo cenário, investindo milhões em infra-estrutura e aquisições de grupos locais de pequeno e médio portes. Apesar da pulverização do setor, dominado por milhares de pequenas e médias escolas, a consolidação será a tônica para os próximos anos.
 
Creio que ocorrerá fenômeno similar ao ensino superior, através das estratégias genéricas de preço e diferenciação. A base para o primeiro grupo está na economia de escala - o que se traduz em muitos alunos - para poder diluir seus custos fixos e manter baixas as mensalidades, seu principal atrativo. O segundo é composto em geral por universidades mais antigas e reconhecidas, as quais buscam com dificuldade, manter o equilíbrio entre preço e diferenciação.
 
Profissionais competentes serão cada vez mais demandados, estejam eles dentro ou fora da sala de aula. Especialistas do setor estão em alta, assim como executivos de outras áreas, caçados e seduzidos pelo desafio. Com a profissionalização da gestão, práticas hoje comuns em outros mercados estarão cada vez mais incorporadas à educação. Ao lado de critérios como evasão e produção científica - metas de produtividade, satisfação e retenção de alunos. Desempenho, criatividade, inovação, capacidade empreendedora e de realização serão itens cada vez mais procurados e desejados. Ótimas perspectivas a quem se especializar e se adequar aos novos tempos.
 
O caminho para o ensino privado é irreversível, ao menos no que tange às estratégias e técnicas de gestão. Quanto ao ensino público, há ainda algumas tarefas a serem feitas, sendo bastante otimista. Capacitar, valorizar e motivar os professores, profissionalizar a gestão, desburocratizar o sistema, incluir e melhorar a qualidade do ensino, construir, reformar e aparelhar escolas e salas de aula, aumentar a produção científica internacional, reduzir a evasão escolar, atrair e reter talentos hoje perdidos para a iniciativa privada.
 
Um longo e árduo caminho, que infelizmente não será resolvido no próximo governo, seja ele petista ou tucano. Há, aliás, uma clara dicotomia entre os discursos. Políticas de quotas em contraposição a pagamento por desempenho, criticado em verso e prosa por sindicatos e sindicalistas. Neste cenário, creio que a única semelhança entre os candidatos esteja no fato de que puderam frequentar escolas de qualidade, numa época em que o uso de uniformes, a disciplina e o respeito faziam companhia ao giz e ao quadro negro. A despeito da importância das reformas fiscais e tributárias, principal assunto até o momento, é importante mencionar que o crescimento sustentável de um país só é possível com educação de qualidade, independentemente do modelo de negócios adotado.

*Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas e professor da Universidade Mackenzie. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.Acesse www.marcosmorita.com.br

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