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Congresso em Foco
24/4/2009 18:30
Fábio Góis
O deputado José Edmar (PR-DF) interrompeu nesta sexta-feira (24), às 10h, a greve de fome iniciada na última segunda-feira (20), véspera do feriado de Tiradentes e do aniversário de Brasília. Depois de ser praticamente ignorado pelos pares em relação à sua causa - clamor por Justiça e aprovação de proposta de imposto único (leia mais) -, mais preocupados com o escândalo das cotas de passagens aéreas, Edmar recebeu ontem (23) à noite uma visita que mudou os rumos do jejum: seu pai, 92 anos, o "sensibilizou" a interromper o protesto.
"Interrompi por causa de meu pai, que tem 92 anos, e estava sem dormir por causa de mim. Ainda não dá, não tem jeito, eu não dou conta", disse o deputado ao Congresso em Foco, acrescentando que a conversa que teve com o pai foi determinante para tomar a decisão.
Edmar disse que a primeira coisa que comeu ao chegar na casa dos pais foi "um balde de peta", biscoito de polvilho à base de trigo e glúten "que dissolve na boca". "Depois, comi chuchu, abóbora, e um arroz bem molhado. Nada de comida pesada", disse o deputado. E nada como uma comida caseira, concorda.
O deputado disse que o local escolhido para fazer a greve de fome - um ambiente com sofás usados como cama, anexo à sala de cafezinho e ao lado do plenário, onde o cheiro (e o fluxo) de comida é grande - não foi dos melhores.
"Foi o pior lugar para fazer greve de fome. Teve uma hora que uma mulher passou na minha frente com um hamburguer e eu quase disse 'minha filha, me dê isso aqui que eu não aguento mais'", confessou o deputado, que passou mal na quarta-feira (22) e foi atendido pelo serviço médico da Câmara (leia), depois do que passou a ingerir, além de água, isotônicos e sucos naturais.
PEC
Sobre a Proposta de Emenda Constitucional 296/08, de sua autoria, cujo "congelamento" na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara foi uma das razões para a greve de fome, Edmar disse que conversou com alguns deputados durante esta semana, mas nenhum avanço sobre a tramitação da matéria foi obtido. O presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), um dos "alvos" da greve de fome, ainda não se manifestou sobre o assunto.
Em suma, a proposição substitui o Imposto de Renda (IR) e o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pelo Imposto Único Federal (IUF), que teria alíquota de 2% (1% no crédito e 1% no débito).
"O curioso é que ninguém contesta a proposta, ninguém diz que ela é ruim", resignou-se o deputado, para quem o fato de não ser de um partido "grande" e o "ciúme" de parlamentares em relação à autoria do texto foram determinantes para o desdém em relação à causa. Edmar assumiu a vaga na Câmara na condição de suplente de Augusto Carvalho, atual secretário de Saúde do Distrito Federal.
"Se alguém mostrasse uma argumentação contrária, eu aceitaria. O projeto é matemática, não tem conta errada, não tem erro. Ele é baseado em tabela da Receita Federal", concluiu Edmar, para quem a proposição resolveria o problema das cerca de "um milhão de pessoas desempregadas".
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