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Congresso Nacional
Congresso em Foco
Autoria e responsabilidade de Pedro Sales
29/12/2023 | Atualizado às 8:37
O Planalto e a equipe econômica conseguiram importante vitória no Congresso ao restabelecer o voto de desempate a favor do governo nas votações do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O Carf é o órgão do Ministério da Fazenda que decide as disputas tributárias entre os contribuintes e a Receita Federal. Até 2020, quando havia empate nas decisões, prevalecia o voto do presidente da câmara de julgamento - sempre um representante da Fazenda.
A Lei 13.988, de 2020, extinguiu o voto de qualidade e deu vantagem aos contribuintes nas votações que terminassem empatadas. Segundo o Ministério da Fazenda, a retomada do voto de qualidade pode evitar uma perda anual de R$ 59 bilhões para a União. Taxação das apostas esportivas A pauta econômica foi de grande interesse do governo durante o primeiro ano da legislatura a fim de aumentar a arrecadação. Um dos projetos com essa intenção foi o PL das bets, como foi chamado. Empresas do ramo de apostas esportivas precisarão, de acordo com a lei, ter autorização do Ministério da Fazenda para funcionar. Além disso, as casas de apostas deverão pagar imposto de 12% sobre a receita obtida, e os ganhadores de apostas pagarão 15% em prêmios que excederem R$2.112. A expectativa do governo é arrecadar R$ 1,6 bilhão com a taxação. Taxação dos super-ricos Outro projeto da pauta econômica, a tributação de aplicações financeiras em fundos especiais de investimento e em offshores, instituições sediadas fora do Brasil cujos investimentos não são tributados, promete arrecadar uma cifra bilionária em 2024. R$ 7,05 bilhões com a tributação das aplicações no exterior e R$ 13,28 bilhões com os fundos de investimentos exclusivos. A medida ajuda o governo a perseguir a meta fiscal e cumpre com a promessa de campanha de taxar grandes fortunas. Valorização do salário mínimo Uma das promessas de campanha de Lula, a retomada da política de reajuste do salário mínimo foi aprovada pelo Congresso este ano. Conforme a nova regra, o valor é definido com base na correção anual do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais o Produto Interno Bruto (PIB) consolidado de dois anos anteriores. Até 2019 o salário mínimo era definido considerando-se o PIB do ano retrasado e a inflação medida pelo INPC. O governo Bolsonaro mudou o cálculo e passou a levar em conta apenas a variação da inflação do INPC. Antes de sair de recesso, Lula assinou decreto elevando de R$ 1.320 para R$ 1.412 o salário mínimo em 2024. Com o novo valor, o mínimo terá alta de R$ 92, o equivalente a 6,97% - percentual acima da inflação do IPNC, que acumulou 3,85% em 12 meses até novembro. Desenrola Brasil O Congresso aprovou o Programa Desenrola Brasil, de renegociação de dívidas, de autoria do Executivo. Cerca de 11,5 milhões de pessoas foram atendidas pelo Desenrola Brasil, que já renegociou R$ 32,5 bilhões em dívidas desde o lançamento da iniciativa, conforme o Executivo. Criado com o objetivo de recuperar as condições de crédito de devedores com dívidas negativadas, a iniciativa foi prorrogada até 31 de março de 2024. Cartão de crédito Em acordo com o governo, os parlamentares incluíram no mesmo projeto do Desenrola Brasil limite para os juros do rotativo e do parcelado do cartão de crédito. Embora não tenha imposto um percentual para o teto, o texto deu 90 dias, a partir da publicação da norma, em outubro, para que as emissoras de cartões apresentem uma proposta de teto, a ser aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). O rotativo do cartão de crédito ocorre quando o cliente não paga o valor total da fatura e joga a dívida para o mês seguinte. Atualmente, a taxa média anual dos juros rotativos do cartão de crédito é de 445,7%. Terras indígenas Lula, em sua subida na rampa do Palácio do Planalto, durante a cerimônia de posse, estava acompanhado do cacique Raoni, em um claro aceno e compromisso em defesa dos povos indígenas, em franca oposição à guerra aberta pelo governo Bolsonaro com os povos originários. O governo até tentou frear o marco temporal, vetando trechos da proposta aprovada às pressas pelos parlamentares após derrota em julgamento no Supremo, mas foi derrotado pelo Congresso. O texto do senador Marcos Rogério (PL-RO) estabelece o marco temporal para terras indígenas. Com isso, os povos indígenas só teriam direito a terras que ocupavam ou disputavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal. A matéria foi uma das que mais evidenciou o cabo de guerra entre Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o entendimento da Corte, a tese é inconstitucional. Após a decisão, o projeto foi votado a toque de caixa, em requerimento de urgência, e amplo apoio dos congressistas. No final de setembro, durante a votação no plenário do Senado, o PL recebeu 43 votos favoráveis e 21 contrários. Na votação dos vetos, na Câmara, 327 deputados votaram para derrubar o veto, enquanto 121 para manter, e um se absteve. No Senado, o placar foi de 53 votos para derrubar o veto de Lula e 19 para mantê-lo. Lei dos Agrotóxicos O presidente Lula sancionou com vetos, nesta semana, a lei que flexibiliza as regras de aprovação e comercialização de agrotóxicos no país. O projeto tinha como intenção original modernizar o mercado desses insumos, a solução encontrada pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), relator da matéria, era encontrar um meio termo entre os interesses da bancada ruralista e dos ambientalistas. O presidente Lula vetou trechos da lei, como a exclusividade do Ministério da Agricultura para decidir sobre o uso dos agrotóxicos, o que excluía Ibama e Anvisa. Bolsa para estudantes de baixa renda O governo sancionou lei complementar que direciona até R$ 6 bilhões do superávit do Fundo Social, do Ministério do Desenvolvimento Social, no Orçamento de 2023, para o pagamento de bolsas estudantis para estudantes do Ensino Médio inscritos no Cadastro Único. A lei pretende, por meio da bolsa estudantil, incentivar a permanência de estudantes desfavorecidos na escola, minando a evasão escolar que muitas vezes se dá pela necessidade de trabalhar e contribuir com despesas domésticas. Igualdade salarial Sancionada em julho, a lei que estabelece igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem o mesmo cargo altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O texto propõe que empresas que descumpram a medida paguem multa no valor de dez vezes o salário que a mulher deveria receber, pautado em quanto recebe o homem que exerce o mesmo cargo. Se houver reincidência o valor da multa pode ser cobrado em dobro. Apesar da medida estabelecer paridade entre os gêneros, não foi consenso no Congresso. Inclusive, as seguintes deputadas votaram contra o projeto de lei: Julia Zanatta (PL-SC), Silvia Waiãpi (PL-AP), Chris Tonietto (PL-RJ), Caroline de Toni (PL-SC), Carla Zambelli (PL-SP), Bia Kicis (PL-DF), Rosangela Moro (União-SP), Dani Cunha (União-RJ), Adriana Ventura (Novo-SP) e Any Ortiz (Cidadania-RS). Lei de Cotas A lei que institui cotas para ingresso em instituições federais no ensino superior, promulgada em 2012, foi atualizada pelo Congresso em 2023. Pretos, pardos, indígenas, quilombolas e portadores de deficiência fazem parte da política. Outro ponto da lei é a reserva de 50% das vagas de ingresso nos cursos de graduação para estudantes com renda familiar igual ou menor a um salário mínimo. O monitoramento será anual e a avaliação da política de cotas acontecerá a cada dez anos. Dia da Consciência Negra Antes feriado apenas em seis estados e em 1,2 mil municípios, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, 20 de novembro, tornou-se feriado nacional. A sanção de Lula para a lei aconteceu neste mês e o dia já figura no calendário de feriados de 2024, divulgado pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.Tags
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