No Chile, 9 milhões vão às urnas escolher novo presidente

Fábio Góis

Cerca de 9 milhões de eleitores chilenos vão às urnas neste domingo (13) para decidir quem será o novo presidente do Chile pelos próximos quatro anos. Além do chefe de Estado, serão eleitos hoje 20 senadores e 120 deputados, em votações que mobilizarão nove regiões políticas chilenas. O resultado do pleito pode dar fim a um domínio esquerdista que perdurou por 20 anos no país vizinho, uma vez que pesquisas indicam boas chances dos candidatos de direita.

"Todos sabemos que vai haver segundo turno", disse a atual presidente do Chile, Michele Bachellet, depois de votar pela manhã a três quarteirões de sua casa, segundo o site do jornal chileno La Tercera. "[A votação] vai funcionar como sempre, de maneira adequada".

Com 80% de popularidade, Bachellet pode não fazer seu sucessor. A serem confirmadas as projeções eleitorais, um candidato de esquerda e outro de direita devem polarizar as intenções de voto no segundo turno, previsto para 17 de janeiro. Autoridades chilenas acreditam que ainda neste domingo seja anunciado o resultado oficial das urnas, mesmo com o sistema de votação em três cédulas de papel.

A provável alternância no pleito deste ano á atribuída por analistas políticos ao anseio por mudanças por parte da população do Chile. Segundo a Agência Brasil, também pesam a favor da direita o desgaste político-social de 20 anos de domínio esquerdista e a rejeição em reconduzir ao Palácio La Moneda, sede do governo, um dos candidatos - caso do ex-presidente Eduardo Frei Ruiz, da coligação Concertación, de Michelle Bachelet. Ruiz é filho de Eduardo Frei Montalva, que governou o país nos anos 1960.

Além do candidato de Bachelet, estão no páreo o candidato oposicionista Miguel Sabastián Piñeira (coligação de centro-direita Alianza); o esquerdista Jorge Arrate (aliança Juntos Podemos Mais); e o independente de esquerda Marco Enriquez-Ominami Gumucio. As pesquisas de intenção de voto mostram que Piñera lidera a corrida eleitoral, mas sem folga necessária, em relação ao segundo colocado, para se eleger já em primeiro turno (mais de 50% dos votos). O segundo colocado nas enquetes é Frei Ruiz, com números semelhantes ao do independente Marco Enriquez.

O pleito é marcado pela expectativa: nem mesmo os analistas políticos arriscam apontar quem seria o candidato vitorioso. Centenas de jornalistas de cerca de 160 veículos de vários países acompanham as votações. O interesse mobilizou políticos brasileiros do DEM: estão no Chile desde o dia 11 o ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia e os deputados Alceni Guerra (PR), Germano Bonow (RS) e Matteo Chiarelli (RS).