Servidores do Banco Central deflagram greve em resposta à LDO

O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) anunciou nesta quarta-feira (20) a deflagração de uma greve geral. A decisão é uma resposta da categoria ao parecer aprovado pelo Congresso Nacional da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, bem como a versão apresentada para votação do projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA). Para os servidores, houve tratamento desigual entre o Banco Central (BC) e outros órgãos de Estado. Os servidores do Banco do Brasil (BC) estão entre as categorias que exigem do governo uma reestruturação de carreira, bem como reajuste salarial e a implementação de uma política de bônus por eficiência. A partir de novembro, iniciaram uma onda de protestos para que tais demandas fossem apresentadas pelo governo nas discussões da LDO e da LOA, esta última ainda tramitando no Congresso. Além dos funcionários do BC, auditores da Receita Federal e servidores da Polícia Federal levantaram pautas parecidas, e também protestaram para que fossem reconhecidos nas duas peças orçamentárias. O resultado da LDO, porém, não saiu conforme o esperado pelo Sinal. "Os auditores fiscais da Receita Federal e a Polícia Federal obtiveram concessões no referido texto e podem receber propostas salariais do Governo nos próximos dias, enquanto os funcionários do Banco Central foram excluídos dessas possibilidades", relatou em nota o seu presidente, Fábio Faiad. O BC já se encontrava em operação-padrão (ou operação-tartaruga) desde o mês de julho. A greve acontece em paralelo à dos auditores da Receita, que exigem o cumprimento de um acordo da União de 2016 para que sejam destinados recursos do Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf) na implementação de um bônus de eficiência. Esta greve, segundo Faiad, pode resultar em impacto direto sobre as transações financeiras por parte da população, uma vez que compromete a manutenção do sistema Pix e a entrega de demais serviços prestados pelo BC. Também fica paralisado o desenvolvimento do Drex, moeda virtual brasileira prevista para transitar no mercado de criptomoedas.