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Obama vai estreitar laços com América Latina, diz Lula

Congresso em Foco

19/1/2009 | Atualizado às 7:54

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Em seu programa semanal de rádio, o presidente Lula disse hoje (19) acreditar que, após anos de uma política equivocada, as relações entre os países da América Latina e os Estados Unidos irão mudar com a posse do novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, marcada para amanhã.

Na avaliação de Lula, Obama estreitará os laços com os países latino-americanos e estabelecerá uma relação preferencial com o Brasil. “Obama tem que olhar agora para a América Latina com o olhar democrático, com um olhar desenvolvimentista, com um olhar de um país importante como os Estados Unidos que pode ajudar os países periféricos, sobretudo da América Central e do Caribe”, afirmou.

O presidente disse ainda crer na derrubada do embargo econômico a Cuba. “É importante que o Obama faça um sinal para Cuba, ou seja, não há mais nenhuma explicação científica, política para que continue o bloqueio. É importante que isso seja desobstruído para que Cuba possa ter uma vida normal como todos os países, tendo relações com todos os outros países”, declarou.

“Acho que o presidente Obama vai ter de ter uma política especial para a América Latina, ou seja, não é possível que os Estados Unidos, em algum momento, não tenham uma política, eu diria preferencial na sua relação com a América Latina”, emendou.

Ainda no Café com o Presidente, Lula destacou a retomada das negociações da chamada Rodada de Doha, a resolução da crise financeira e a definição de acordos de paz no Oriente Médio como principais desafios imediatos do novo presidente norte-americano.

Para o brasileiro, o colega americano é mais flexível na questão ambiental e deve aprimorar a relação dos Estados Unidos com o Brasil. “Nós temos que diminuir a emissão de gás de efeito estufa, nós precisamos fortalecer a matriz energética limpa e o Brasil tem um potencial extraordinário com o etanol”, disse o presidente, citando as desvantagens do combustível produzido nos Estados Unidos, a partir do milho, em relação ao produto brasileiro, originário da cana-de-açúcar. “De qualquer forma esse é um assunto que estará na pauta do Brasil e dos Estados Unidos a partir de agora”, ressaltou. (Edson Sardinha)

Confira a íntegra do Café com o Presidente:

"Apresentador: Olá você em todo o Brasil. Eu sou Luciano Seixas e nós estamos começando agora o programa de rádio do presidente Lula, o Café com o Presidente.  Olá, presidente. Como vai, tudo bem?

Presidente: Tudo bem, Luciano.

Apresentador: Presidente, nesta terça-feira, dia 20, toma posse o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. O mundo inteiro acompanha com atenção esse momento. E no Brasil, qual é a sua expectativa em relação a essa posse?

Presidente: Aqui no Brasil nós acompanhamos também com muito interesse a posse do presidente Obama. Afinal de contas, não é em todo momento histórico que um país, importante como os Estados Unidos, elege um negro para presidente da República. Isso por si só é um fato extraordinário. Mas o que é importante é que o Obama toma posse num momento delicado da política externa e da política interna americana. Do ponto de vista da política interna você tem a crise financeira, que nasceu dentro dos Estados Unidos, e está causando danos sobretudo para as pessoas mais pobres, no campo da habitação. Segundo: ele vai viver um problema sério que é o problema do Oriente Médio, que está se agravando. Ou seja, o Clinton tentou resolver, o Bush tentou resolver. O dado concreto é que o acordo no Oriente Médio depende muito da política americana. Nós tentamos criar o Grupo de Annápolis para ver se colocávamos outros países em negociação. Não deu certo ainda, só fez uma reunião. A segunda reunião que era para ser feita em Moscou ainda não aconteceu. Mas esse é um problema que o Obama vai ter dizer com muita competência se quer efetivamente a paz no Oriente Médio, ou não. A terceira coisa, que eu acho que o Obama precisa fazer, é a questão do acordo da OMC (Organização Mundial do Comércio), a Rodada de Doha. Nós estivemos por um milímetro para fazermos o acordo. No último momento não havia mais, eu diria, disposição política do governo americano de fazer porque estava o Bush no final de seu mandato, mas eu penso que era importante que o presidente Obama tomasse outra vez a iniciativa para que nós pudéssemos concluir o acordo de Doha, porque seria uma ajuda enorme nesse momento de crise para os países mais pobres, sobretudo aqueles que têm a agricultura como base de sua economia. Esses são os fatos importantes e por isso a minha expectativa. Aqui no Brasil, nós certamente vamos continuar com a boa política que temos com os Estados Unidos. Ela é histórica e eu penso que o Obama, se quiser, pode aprimorar essa relação com o Brasil, aperfeiçoar porque se os Estados Unidos são o país mais importante do mundo, o Brasil é o país mais importante da América Latina.

Apresentador: E com relação a América Latina de uma forma geral, presidente, a posse do presidente americano Barack Obama muda alguma coisa nesse relacionamento?

Presidente: Eu acredito que deva mudar e deve mudar muito, veja, porque os Estados Unidos durante muito tempo tiveram uma política equivocada para a América Latina. Ora, no tempo da Guerra Fria havia aqui na América Latina apenas grupos revolucionários ou comunistas, ou seja, depois teve a participação americana em vários golpes aqui na década de 60 em quase todo o Continente. E eu penso que agora o Obama tem que olhar agora para a América Latina com o olhar democrático, com um olhar desenvolvimentista, com um olhar de um país importante como os Estados Unidos que pode ajudar os países periféricos, sobretudo da América Central e do Caribe. Acho que é importante que o Obama faça um sinal para Cuba, ou seja, não há mais nenhuma explicação científica, política para que continue o bloqueio. É importante que isso seja desobstruído para que Cuba possa ter uma vida normal como todos os países, tendo relações com todos os outros países. Acho que o presidente Obama vai ter de ter uma política especial para a América Latina, ou seja, não é possível que os Estados Unidos, em algum momento, não tenham uma política, eu diria preferencial na sua relação com a América Latina.

Apresentador: Você está ouvindo o Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Presidente, em relação a questão do clima, com a chegada do presidente Obama muda alguma coisa?

Presidente: Eu acredito que sim. Estou torcendo para que mude, sobretudo se a gente levar em conta que os Estados Unidos ainda não assinaram o acordo de Kioto, que é muito importante para que a gente possa cuidar da questão climática, ou seja, nós temos que diminuir a emissão de gás de efeito estufa, nós precisamos fortalecer a matriz energética limpa e o Brasil tem um potencial extraordinário com o etanol. Os Estados Unidos também têm um potencial , só que o potencial produzido a base de milho, que não é interessante para a economia, ou seja, pode ser interessante em algum momento para os Estados Unidos, mas no ponto de vista da economia e do preço dos alimentos não é importante produzir etanol a base de milho, mas sim de outro produto da cana, ou de terceira geração. De qualquer forma esse é um assunto que estará na pauta do Brasil e dos Estados Unidos a partir de agora, eu acho que com mais êxito do que teve no governo passado porque em todos os discursos de campanha o Obama foi mais palatável, foi mais flexível com relação a questão ambiental. Eu penso que aí há um espaço de fertilidade extraordinário para que o Brasil possa aprofundar esse tema com os Estados Unidos.

Apresentador: Muito obrigado, presidente Lula.

Presidente: Obrigado a você Luciano e até o próximo programa, o Café com o Presidente."

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