Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
14/10/2008 | Atualizado às 15:30
Um impasse político-familiar marca a acirrada eleição para prefeito de Salvador no segundo turno. O deputado petista Sérgio Barradas (BA) é irmão do atual prefeito da capital baiana, o candidato peemedebista à reeleição João Henrique – que tem o ministro Geddel Vieira Lima, da Integração Nacional, como padrinho político. O adversário de João Henrique é o deputado Walter Pinheiro (BA), companheiro da bancada petista de Barradas na Câmara. João Henrique venceu a primeira etapa do pleito com 30,97% dos votos válidos, enquanto Pinheiro obteve 30,06%.
Ou seja: partidos adversários em plena disputa voto a voto separam dois irmãos no plano eleitoral. Mas, a despeito das divergências partidárias, Barradas garante que a situação é “normal”.
“Não há política pessoal. É como futebol, em que cada membro da família torce para um time. Não há problemas. Quando fizemos a opção de militância, já sabíamos que o embate PT-PMDB no segundo turno poderia acontecer”, completou o deputado.
Ele lembra de outro exemplo como o deles citando o ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), cuja filha é líder do Psol na Câmara, a deputada Luciana Genro (RS). A legenda foi formada a partir de dissidência do PT e faz oposição ao governo Lula.
Lula, o fiador da aliança
Ao Congresso em Foco, o deputado também disse que o fato de ser correligionário político do governador da Bahia, o petista Jaques Wagner, não lhe traz complicações com o irmão peemedebista. “Somos da base de apoio dos governos Lula e Wagner”, justifica.
“Na verdade, estou envolvido em Feira de Santana”, justificou Barradas, referindo-se ao município baiano com cerca de 584.497 habitantes, de onde falava à reportagem. Com cerca de 52 mil votos (19,12% dos votos válidos) e apoiado por uma coligação de cinco partidos (PT-PDT-PCdoB-PSC-PSB), Barradas ficou apenas em terceiro lugar na corrida à prefeitura da cidade, vencida em primeiro turno por Tarcizio Pimenta (DEM), com 148.448 votos (54,05%).
Apesar de não ter participado diretamente da eleição em Salvador, Barradas não afastou a hipótese de que a harmonia seja alcançada entre PT e PMDB – vontade expressa do presidente Lula. “Ele é o grande fiador dessa aliança.” Aliás, o deputado projeta novas situações de embate em que os partidos possam se aliar.
“O que está acontecendo nesta eleição vai acontecer em 2010, e não é nada que não tenha acontecido no passado. Estamos acostumados a essas situações”, concluiu, lembrando que o país tem dimensões “continentais” – o que leva a divisões dos partidos em nível regional – e que PT e PMDB podem se aliar regionalmente, uma vez que já são aliados no plano federal.
"Forças do mal"
Mas ignorando os laços de família, João Henrique chegou a declarar que há “forças do mal” no PT baiano – o mesmo PT do qual o irmão é integrante. Se não há problema familiar no contexto que separa os irmãos Sérgio e João, ao menos as declarações do prefeito da capital baiana apontam para um atrito político bem maior que uma simples divergência programática.
E com um detalhe: o pai de Sérgio Barradas e João Henrique, o senador João Durval (BA), é do PDT, legenda com histórica trajetória de oposição ao “carlismo”, grupo político personalizado no ex-senador e ex-governador baiano Antônio Carlos Magalhães, morto em julho de 2007.
Em abril deste ano, João Henrique acusou o PT de traição, uma vez que, em 2006, atendendo à sugestão do ministro Geddel Vieira Lima, o PMDB apoiou a candidatura de Jaques Wagner, que surpreendeu ao vencer a disputa para o governo da Bahia. O próprio João Henrique lembrou que poderia inclusive ter conquistado a vaga no Executivo baiano.
“Abrimos mão de uma candidatura em que todas as pesquisas davam a João Henrique 40% da preferência do eleitor. O então governador Paulo Souto (ex- PFL) tinha 42%. E o candidato à época do PT não chegava a 10%”, reclamou o peemedebista, empregando discurso em terceira pessoa para a auto-referência.
Reforço do DEM
Na corrida à prefeitura de Salvador, João Henrique ganhou na última sexta-feira (10) uma adesão significativa contra o adversário petista, Walter Pinheiro. Depois de reunião com integrantes do PMDB baiano, o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA) e terceiro candidato à prefeitura mais votado no primeiro turno (cerca de 350 mil votos), anunciou o apoio da legenda a João Henrique, que herda assim o reforço dos pequenos partidos que apoiaram ACM Neto no primeiro turno (PRP, PSDC, PTdoB e PTN).
“O prefeito vem melhorando sua administração e, com propostas novas, pode fazer um segundo governo ainda melhor do que o primeiro”, declarou ACM Neto, acompanhado por João Henrique e pelo presidente do DEM baiano, Paulo Souto. “E nós estamos dispostos a ajudar.”
“Fizemos um acordo em cima de propostas, que tiveram aprovação de quase um terço do eleitorado. Afinal de contas, a votação do deputado ACM Neto foi de quase 28% dos votos de Salvador”, justificou o candidato peemedebista, garantindo que as propostas do DEM deverão ser imediatamente incorporadas ao seu programa de governo no segundo turno. (Fábio Góis)
Temas
DEFESA DA ADVOCACIA
OAB pede reunião urgente com INSS após postagem sobre benefícios
A revolução dos bichos
Júlia Zanatta diz que galinha pintadinha é "militante do PSOL"
TENTATIVA DE GOLPE
STF começa na sexta a julgar recurso de Bolsonaro contra condenação
SEGURANÇA PÚBLICA
Entenda o projeto de lei antifacção e o que muda no combate ao crime
Proteção Internacional
Câmara vai ouvir Lewandowski sobre asilo à ex-primeira-dama do Peru