O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), afirmou nesta terça-feira (2) que não descarta a hipótese de o banqueiro Daniel está envolvido no grampo contra o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). O diálogo foi revelado em reportagem publicada na revista Veja desse final de semana.
"Como ele tentou subornar o delegado da Polícia Federal, acho que pode ser capaz de tudo. Não estou dizendo que foi ele, mas defendo uma investigação séria", afirmou o deputado à Agência Câmara.
Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity, foi preso duas vezes pela Polícia Federal durante a Operação Satiagraha. O banqueiro é acusado de coordenar um esquema bilionário de crimes financeiros e de tentar subornar um delegado da Polícia Federal para que seu nome e de pessoas ligadas ao banco fossem retirados da investigação.
Para o deputado petista, os grampos podem servir ao propósito de desestabilizar o trabalho da PF. Fontana ressaltou que o governo investigará o caso e ressaltou ser contra uma CPI exclusiva para o caso. "O presidente Lula tem comprovado que é comprometido com o estado de Direito. Jamais o governo apoiaria ações dessa natureza. O governo defende que se investigue esse grampo, mas sou totalmente contra a idéia do PSDB de criar uma CPI exclusivamente para esse episódio do STF", destacou.
"Temos que ter cuidado para não desgastar uma ferramenta poderosa contra o crime”, complementou Fontana, em referência às escutas telefônicas com autorização judicial. (Rodolfo Torres)