Complicou-se a eventual aliança entre PT e PSDB para as eleições municipais em Belo Horizonte (MG). A Executiva Nacional do PT reiterou na tarde de hoje (19) o veto do partido à proposta de parceria em curso na capital mineira, rejeitando um recurso apresentado pelo membro do Diretório Estadual do partido Aloísio Marques.
Marques solicitou à Executiva a revisão do veto à aliança que reuniria na mesma chapa o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do governo de Minas Gerais, Márcio Lacerda (PSB), que sairia como candidato a prefeito de Belo Horizonte, tendo como vice Roberto Carvalho (PT). A parceria vinha sendo orquestrada desde o fim do ano passado pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e pelo prefeito de BH, Fernando Pimentel (PT).
Mais cedo, o comando nacional da legenda também rejeitou o pedido de intervenção preventiva protocolado pelo deputado estadual Rogério Corrêa e pelo integrante do Diretório Estadual da legenda em Minas Gerais Sumatra Ribeiro. Com o pedido de intervenção, Sumatra e Rogério queriam que a Executiva Nacional tomasse providências para garantir que a ordem de veto fosse respeitada pelo diretório municipal, o que não estaria acontecendo.
Eles alegam que a parceria acabaria por beneficiar Aécio Neves no plano nacional, uma vez que o tucano é provável candidato à presidência da República do PSDB em 2010. Segundo Sumatra, a “desobediência” do diretório poderia atrapalhar as negociações para o pleito daquele ano, além de “desmoralizar” a militância do PT em Minas.
A Executiva considerou desnecessária a intervenção preventiva, uma vez que o veto à aliança na capital mineira foi mantido.
Hoje e amanhã (20) a Executiva Nacional do PT realiza os debates acerca da polêmica e inusitada parceria em Belo Horizonte, além da situação em outras 21 cidades com mais de 200 mil habitantes, nas quais PT tem negociações de aliança em curso com partidos adversários em nível nacional – como DEM, PSDB e PPS. A assessoria de imprensa da sigla informou que divulgará nota sobre a manutenção do veto e outras decisões ao fim da reunião de hoje. (Fábio Góis)