Oposição sinaliza que obstruirá votação do orçamento

O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN), afirmou há pouco que a oposição “partirá unida” para a votação do orçamento, prevista para ter início às 15h. Agripino não descartou a possibilidade de obstruir a apreciação da peça orçamentária. No entanto, o DEM ainda se reunirá com o PSDB, às 14h30, para definir uma posição.

Conforme antecipou o Congresso em Foco, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), já declarou que seu partido vai partir para uma obstrução irrestrita. (leia mais)

“O Senado tem que se impor. E reagir é colocar obstrução na peça orçamentária”, afirmou Agripino. “Obstrução é um comportamento parlamentar previsto em lei”, acrescentou o senador, ressaltando que o Senado foi “humilhado” pela atitude do líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), durante a sessão desta madrugada.

Jucá abriu mão do caráter de urgência de uma medida provisória que dispõe sobre crédito rural. A atitude irritou a oposição, tendo em vista que aquela era a segunda vez que a urgência da matéria era revogada.

Em protesto contra a manobra do peemedebista, a oposição se retirou do plenário nesta madrugada, deixando apenas senadores governistas, que aprovaram sem maiores dificuldades a medida provisória que cria a TV Brasil. (leia mais)

Agripino ressaltou que a oposição vai “examinar com lupa” o orçamento e que deve demonstrar à sociedade que o Congresso “está vivo e sabe reagir”. “Quando o governo quer uma coisa, dane-se o Congresso”, disparou Agripino, em referência à MP que cria a TV Brasil.

O líder oposicionista também criticou a postura de “desrespeito” do presidente Lula, que cobrou a votação do orçamento nesta semana em seu programa de rádio semanal, Café com o Presidente. “Quero crer que os senadores e os deputados têm responsabilidade com o Brasil tanto quanto eu. Eu não posso crer que apenas eu queira trabalhar, e eles não. Que apenas eu queira fazer as obras, e eles não”, afirmou Lula em seu programa.

“Lula está arrogante na rua e transportou a arrogância para o Congresso. Isso não vai acabar bem”, disse o parlamentar potiguar. (Rodolfo Torres)