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Eles dizem que não sabiam

2/10/2007
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Lúcio Lambranho e Edson Sardinha

 

O Congresso em Foco procurou os nove candidatos que não apareciam na relação anterior dos políticos financiados por empresas incluídas na lista suja do Ministério do Trabalho. Dois não foram localizados: o ex-governador Siqueira Campos (PR-TO) e o candidato derrotado a deputado estadual Luís Gonçalves da Costa (PMDB-MA).

 

A assessoria do ministro do TCU Aroldo Cedraz informou a este site que o ex-deputado baiano desconhecia a doação do proprietário da Fazenda São José, em Buriticupu (MA), João José de Oliveira, à sua campanha eleitoral em 2006.

 

Confrontada com a informação de que o CPF do fazendeiro constava da lista de doadores na prestação de contas de Cedraz, a assessoria do ministro classificou como “inodora” a doação, por ser de “apenas R$ 1 mil”.

 

A fazenda maranhense é acusada de manter 32 trabalhadores em condições análogas à de escravo. João José de Oliveira está com o nome na lista do MTE desde junho de 2004.

 

Condenado pela Justiça do Pará, em primeira instância, a pagar multa de R$ 760 mil por manter 35 trabalhadores em condições assemelhadas à escravidão, o senador João Ribeiro (PR-TO) informou, por meio de sua assessoria, que não comenta o assunto. Em fevereiro de 2005, os desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 8ª Região reduziram a multa para R$ 76 mil. Ao contrário da juíza da Vara do Trabalho de Redenção (PA), eles entenderam que não estava caracterizado o trabalho escravo, mas somente condições degradantes.

 

Mas o rolo judicial continua por causa de um recurso movido pelo Ministério Público do Pará contra a revisão da multa e a descaracterização do crime. A deputada estadual Luana Ribeiro (PR-TO), filha do senador e que recebeu R$ 18,75 mil do pai em sua campanha eleitoral, também não se manifestou após ter sido procurada pela reportagem.

 

“Não mereço”

 

Também incluído na “lista suja”, no final do ano passado, o deputado estadual Francisco Dantas Ribeiro Filho (MA), mais conhecido como Fufuca, negou ao Congresso em Foco explorar os 12 trabalhadores que, segundo o Ministério do Trabalho, eram mantidos em condição análoga à de escravo. “Não mereço estar nesta lista”, disse Fufuca.

 

O deputado estadual maranhense alega ter cometido uma única irregularidade: ter contratado os lavradores sem carteira assinada a pedido dos próprios trabalhadores rurais. “Não se muda a cultura de um povo da noite para o dia. Não considero que é trabalhador escravo quem almoça comigo”, disse.

 

De acordo com Fufuca, os trabalhadores foram contratados temporariamente para a roçagem de parte dos 500 hectares de sua propriedade em Alto Alegre do Pindaré (MA). “Como pode ser trabalho escravo se a fazenda fica dentro da cidade, se o pessoal trabalhava só de seis a sete horas por dia e recebia o dinheiro sem qualquer desconto?”, defende-se o deputado.

 

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