A Câmara adiou, na noite de hoje (21), a votação sobre o aumento de 30% a 139% dos servidores comissionados do Executivo. A MP 375 não pôde ser votada, porque diversos requerimentos da oposição atrasaram o horário dos trabalhos.
A discussão do aumento foi calorosa entre o governo e a oposição. DEM, PSDB e PPS acusavam o governo de beneficiar “apaniguados”, funcionários sem concurso, mas que, segundo eles, prestam serviços gratuitos à militância partidária dos partidos da base governista, principalmente o PT.
“O governo que é muito parcimonioso na concessão de aumentos para os funcionários que entraram no serviço público pela porta da frente, pelo concurso público, é extremamente generoso quando dá aumentos de até 140% aos ocupantes de cargos de confiança”, reclamou o líder do PSDB, Antônio Carlos Pannunzio (SP). “Estamos aumentando o peso em cima da economia privada”, protestou o tucano Mendes Thame (SP).
ACM Neto (DEM-BA) lembrou que o governo federal precisa arrecadar menos para aprender a gastar pouco, melhorando a eficiência.
Os tucanos apresentaram requerimento para adiar a discussão, mas ele foi rejeitado. O líder do PT, Luiz Sérgio (RJ), lembrou que adiar a discussão sobre os aumentos seria incorreto, já que existem outras medidas provisórias trancando a pauta. Essas MPs impedem que a Câmara retome o próximo item da reforma política, o financiamento de campanhas.
A sessão se encerrou às 20h. Segundo o secretário-geral da Mesa, Mozart Viana, o debate será retomado amanhã (22), mas não deve terminar logo. Ainda há requerimentos sobre a MP 375 a serem analisados pelos deputados.