Para o cientista político Rogério Schmitt, da Tendências Consultoria, há risco da relação entre governo e o PMDB terminar em “divórcio”. Para ele, a principal razão é a atual crise que vive o presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), e a indefinição sobre o novo titular do Ministério de Minas e Energia.
A pasta era comandada por Silas Rondeau, que deixou o cargo depois das suspeitas de seu envolvimento na Operação Navalha, da Polícia Federal. Já
Renan Calheiros é acusado de ter as despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior.
“Há um risco, que vai permanecer enquanto estes casos do
Renan Calheiros e do Silas Rondeau permanecerem no horizonte. Agora, se o novo presidente do Senado for um peemedebista [...] e houver a recondução de Rondeau, que já foi cogitada pelo governo e depois esquecida, aí se pode dizer que o risco está descartado”, disse Schimitt, em entrevista na edição de hoje (22) de o
Estado de S.Paulo.
O PMDB é o partido que tem a maior bancada no Congresso (20 dos 81 senadores, e 93 dos 513 deputados), e é o fiel da balança da coalizão formada em torno do governo Lula, que tem contado com o apoio da legenda para aprovar matérias importantes no Legislativo.
O cientista político, contudo, pondera que parece improvável o PMDB deixar a base governista. “Mas se isso ocorresse o presidente Lula ficaria em situação delicada e seu governo se transformaria em um governo de minoria, ao contrário do que ocorre atualmente”, diz. (Lucas Ferraz)