A perícia da Polícia Federal (PF) nos documentos apresentados pelo presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), que estava prevista para começar ontem (sexta, dia 20) foi mais uma vez adiada. Se não houver mais nenhum imprevisto, deve começar na próxima segunda-feira.
Renan Calheiros é julgado no Conselho de Ética do Senado por quebrar o decoro parlamentar. Ele é acusado de ter as despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Renan apresentou documentos para tentar provar que tinha recursos próprios para fazer os pagamentos. A perícia da PF vai apontar a autenticidade do que foi apresentado.
Os trabalhos foram adiados porque os peritos da polícia notaram a ausência de papéis considerados importantes para responder os 30 quesitos da perícia. O presidente do Senado prometeu enviar os documentos restantes, o que ainda não foi feito.
Renan Calheiros precisa comprovar a origem de R$ 1,9 milhão, que ele diz ter lucrado com venda de gado. È daí que ele diz ter saído parte do dinheiro que foi destinado à jornalista Mônica Veloso, com que tem uma filha.
A Polícia Federal fará uma análise contábil, analisando ainda os guias de transporte animal (GTAs), recibos de pagamentos e as declarações de renda do senador de 2003 a 2006. Há um mês, peritos realizaram uma perícia parcial – os documentos apresentados naquela ocasião foram insuficientes para comprovar as operações com gado. (Lucas Ferraz)