O dízimo é popularmente conhecido como um pagamento que parte dos fiéis fazem à igreja. Na política, o termo é utilizado no mesmo sentido: é um expediente usado pelos partidos políticos, que recebem doações de seus filiados. Ele, geralmente, é cobrado baseado no salário dos filiados.
Pois em 2006 as 20 legendas que têm representação no Congresso Nacional receberam R$ 8,3 milhões em doações de seus correligionários. O levantamento está na edição deste sábado do jornal Folha de S.Paulo. O partido que mais recebeu o dízimo de seus filiados foi o PT – R$ 5,48 milhões.
De acordo com o jornal, todos os 20 partidos analisados determinam a cobrança em seus estatutos. Até o DEM e o PSDB, críticos do dízimo, recorrem ao dinheiro de seus filiados, apesar de restringir o pagamento apenas a seus parlamentares – no PT, por exemplo, ele é cobrado de servidores públicos filiados à legenda. Recentemente, o Democratas entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a anulação da cobrança, principalmente de pessoas que ocupam cargo de confiança no Executivo.
Depois do PT, o partido que mais recebeu contribuições de seus filiados em 2006 foi o PMDB, R$ 729 mil. Em seguida estão PR (R$ 472 mil), PC do B (R$ 428 mil) e PSB (R$ 295 mil). O PSDB, por sua vez, diz que recebeu no ano passado, de dízimo, R$ 128 mil. A reportagem da Folha não informa quanto o DEM recolheu de seus filiados. (Lucas Ferraz)