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Congresso em Foco
7/8/2010 7:01
ISTOÉ
Entrevista - presidente Luiz Inácio Lula da Silva (trecho da 1ª parte) - "Ninguém vai destruir minha relação com a sociedade"
Antes de iniciar a conversa com ISTOÉ, o presidente Lula mostrou que estava disposto a dar uma entrevista reveladora. "Vamos combinar o seguinte: podem fazer qualquer pergunta, por mais inconveniente que pareça", disse ele ao ocupar a cabeceira da comprida mesa de reuniões no seu gabinete improvisado no Centro Cultural Banco do Brasil. "Vamos adotar o seguinte: é probido proibir", afirmou.
E assim foi. Animado, coloquial e bem-humorado, Lula falou por quase duas horas com a equipe de ISTOÉ, sem recusar nenhum tema proposto. Em dois momentos mostrou um especial estado de espírito. Primeiro um largo sorriso quando recebeu de um assessor, durante a entrevista, os dados da última pesquisa Sensus/Ibope que dava 10% de vantagem à sua candidata Dilma Rousseff sobre o oposicionista José Serra. Pouco depois, o presidente ficaria com o olhos marejados quando falava dos principais legados que julga deixar para o País: "Hoje os pobres sabem que podem chegar lá."
ISTOÉ - O sr. deixa o Planalto como o presidente mais popular da história do País. Como pensa em administrar esse patrimônio depois de sair do governo?
Luiz Inácio Lula da Silva - O meu medo é tomar uma atitude precipitada sobre o que eu vou fazer. Montar alguma coisa e depois de seis meses descobrir que não era aquilo. Então, eu acho que alguém que deixa o mandato, como vou deixar, numa situação graças a Deus muito confortável, tem que dar um tempo de maturação. Preciso de um tempo, quem sabe quatro, cinco, seis meses. Tem que deixar a Dilma construir um governo que seja a cara dela, do jeito dela, e eu ficarei no meu canto, curtindo o fato de ser um ex-presidente da República.
ISTOÉ - Isso é possível, presidente?
Lula - O Felipe González (ex-primeiro-ministro da Espanha) contou-me uma história que eu faço questão de repetir. Ex-presidente é que nem aquele vaso chinês que você ganha de presente. Você não sabe onde colocar o ex-presidente. Ele passa a ser incômodo se não se tocar que é um ex-presidente. Essa é a parte mais séria da história. Quero dar um tempo maior. O que eu pretendo fazer? O acúmulo de acertos nas políticas sociais que nós tivemos no Brasil precisa ser socializado. Eu quero socializar essas políticas com os países da América do Sul, do Caribe, com os países africanos. Eu já tenho muitos convites de países africanos para ir lá e mostrar a ideia e o que nós fizemos. Mas é para ir lá com tempo, para ir a campo.
ISTOÉ - O sr. fará as caravanas internacionais, então?
Lula - Eu não sei se serão as caravanas como as que eu fazia aqui no Brasil. Mas pretendo construir uma equipe de companheiros que acumularam oito anos de experiência no governo e 30 anos de experiência enquanto oposição, para que a gente tente colocar em prática, junto aos governantes dos países mais pobres, as condições de eles terem uma política de desenvolvimento social.
ISTOÉ - É preciso ter um cargo para isso, como o de presidente do Banco Mundial?
Lula - Não. É só a vontade política.
ISTOÉ - Mas vários governantes falam de seu nome para ocupar um organismo internacional multilateral. O que o sr. acha disso?
Lula - Tenho companheiros que falam, olha Lula você vai para a ONU. Eu tenho uma ideia diferente. Acho que a ONU é uma instituição que tem que ser dirigida por um burocrata, que tenha a consciência de que ela é subordinada aos presidentes dos países. Porque se você coloca alguém lá, que, por coincidência, tenha mais força que alguns presidentes, haverá, no mínimo, uma anomalia. Você fica com uma instituição criada para servir os países com gente mandando mais. Imagine se a moda pega e os ex-presidentes americanos resolvem ser secretário-geral da ONU.
Trecho da 2ª parte da entrevista com Lula (continuação)
ISTOÉ - O sr. espera que sua ideia de frente ampla mude o modo de fazer política no País?
Lula - Eu quero ter esse papel aqui dentro. Também tenho discutido muito em nível internacional. Muita gente já conversou comigo para que eu tivesse um papel na Internacional Socialista. Mas acho que a Internacional Socialista tem a cara da Europa, não tem a cara da América Latina. Eu seria um estranho no ninho. Mas eu quero também contribuir para que a gente discuta um pouco uma organização política aqui na América Latina.
ISTOÉ - Nos mesmos termos?
Lula - Eu não sei ainda. Mudou a cara política da América Latina, mas os partidos continuam os mesmos. As forças são as mesmas. A gente não evoluiu na organização internacional. O que é o partido do Chávez? Ou os partidos políticos na Argentina? Lá tem um monte de partidos políticos, mas todos são peronistas. O Uruguai tem o partido mais organizadinho, com a Frente Ampla. No Paraguai, o presidente foi eleito por fora dos dois maiores partidos. É juntar essa coisa toda e começar a elaborar possivelmente uma nova doutrina da criação de uma instituição política que pense em uniformizar determinados princípios na América Latina. Sem o dogmatismo do manifesto, que não venha com aquele negócio da terceira, quarta internacional, não quero mais saber disso.
ISTOÉ - Há um temor no meio empresarial de um futuro governo da Dilma ser mais estatizante que o seu.
Lula - Não há essa hipótese. Eu conheço bem a Dilma e sei o que ela pensa. Obviamente que nós não queremos ser estatizantes, mas também não vamos carregar a pecha que nos imputaram nos anos 80, quando se dizia que o Estado não valia nada e que o mercado era o Deus todo-poderoso. Essa crise americana mostrou que o mercado é frágil, é corrupto e que quem tinha o Estado mais forte salvou-se primeiro. No caso do Brasil, se não tivéssemos o Banco do Brasil, como é que a gente iria comprar a carteira de financiamento de carro usado do Votorantim? Eu cheguei para o Banco do Brasil e para o companheiro Guido Mantega (ministro da Fazenda) e disse: "Companheiros, nós não podemos deixar quebrar as finanças de carro usado, porque se não vender carro usado não tem compra de carro novo." Eu perguntei para o Dida (presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine): "Como o Banco do Brasil está? Pode financiar carro usado?" "Ah! Nós não temos expertise, presidente." Eu perguntei, o que a gente faz então? "A gente tem que formar." Que formar, o quê! Não temos tempo de formar, a crise está aqui, batendo à porta. Vamos comprar de quem tem. O Votorantim tem, quer vender? Então compramos 50% da expertise do Votorantim. Acabou o problema. O Serra queria vender a Caixa Econômica Estadual. Começaram a falar para mim: "Você não pode comprar, porque o Serra é candidato, é adversário, o Serra vai juntar muito dinheiro para a campanha." Eu disse: vocês são doidos! Acham que, por causa da campanha do Serra, vou deixar de comprar um banco que permitirá que o Banco do Brasil volte a ser o maior do País? Quem vai fiscalizar o dinheiro do Serra é a Justiça Eleitoral, não serei eu. Nós vamos comprar. E compramos.
ISTOÉ - O sr. considera que estes foram dois grandes momentos no enfrentamento da crise?
Lula - Quando a gente chega aqui é menos teoria e mais prática. Quando a gente está na oposição, está discutindo. Você fica numa mesa de bar conversando e diz: eu penso isso, eu penso aquilo. Quando senta naquela cadeira de presidente, você não acha, você não pensa, você não acredita. Você faz ou não faz. E tem que tomar decisão na hora. Não tem que se preocupar com a repercussão. Eu, de vez em quando, adoto uma máxima do Chico Buarque: tem que ouvir o ministério do que vai dar merda. Aprendi antes de tomar a decisão a chamar outras pessoas para perguntar: isso aqui vai dar merda ou não? Governar é uma coisa engraçada. Uma vez o Gilberto Gil propôs a criação da Ancinave. Era uma proposta. De repente a gente estava tomando porrada de todos os lados. Eu reuni numa mesa todos os ministros envolvidos naquilo: Justiça, Fazenda, Indústria e Comércio, Cultura, Secom e mais uns três ou quatro. Disse que nós estávamos apanhando muito na imprensa e que eu precisava saber se todos nós estávamos de acordo com a proposta na mesa. Foi fantástico. Nenhum ministro concordava com a proposta. Porque era uma proposta para debate e surgiu como se fosse uma proposta acabada do governo. Então eu falei: "Alguém tem que comunicar à imprensa que está retirada a proposta. Se ninguém defende a proposta, por que vai continuar?" No governo ou você toma a decisão rapidamente ou é engolido rapidamente.
ISTOÉ - O Brasil, apesar dos preconceitos machistas, está pronto para ser presidido por uma mulher?
Lula - O preconceito é uma coisa cultural muito forte no mundo e no Brasil. Mas a ascensão das mulheres nos últimos 20 anos é uma coisa extraordinária. Fui num debate com empresários no Paraná na sexta-feira passada e eu dizia a eles: o que leva um homem a ter preconceito contra um ser humano que o carregou na barriga nove meses? Que o limpou enquanto ele não sabia se limpar? Que o ensinou a comer quando ele não sabia comer? Que formou o seu caráter e que continuou cuidando dele até ele se casar? E só parou quando a sogra começou a se invocar? Qual é a razão que a gente tem para não acreditar num ser que fez a gente? Vamos ser francos: o nosso caráter é o da nossa mãe. A gente pode adorar o pai da gente, mas na hora, que a gente caiu quem estava do nosso lado era nossa mãe. Na hora que a gente tinha dor de barriga quem estava conosco era nossa mãe. Na hora que a gente acordava de noite chorando quem estava do nosso lado era nossa mãe. Quem levantava para trocar nossa fralda de noite era nossa mãe. Quem colocava mamadeira na nossa boca de manhã era nossa mãe. Quem dava o peito para a gente machucar era nossa mãe. Por que nós temos preconceito contra essa figura tão nobre? Eu tenho dito para a Dilma que ela tem que dizer: "Eu não vou governar o Brasil. Eu vou cuidar do povo brasileiro." Porque a palavra correta é cuidar. E cuidar da parte mais pobre. Tem rico que vem aqui, te pede um bilhão de reais e sai falando mal de você. O pobre te pede dez reais e fica agradecido pelo resto da vida. Então, nós temos que cuidar do povo. Esse país não pode continuar com o povo esquecido. Eu acho que nós vamos vencer o preconceito.
ISTOÉ - Acha que foram superados preconceitos que havia contra o sr.?
Lula - Eu fui vítima de muito preconceito. Nas primeiras eleições que perdi, eu perdi porque o pobre não confiava em mim. E eu não tinha mágoa do pobre por isso. Mas ele me via e dizia: se esse cara é igual a mim, por que eu vou votar nele? Era isso que levava o pobre a desconfiar de mim. Eu precisei perder três eleições, amadureci muito, e a sociedade foi amadurecendo até compreender que poderia votar em mim. Hoje, eu acho que o grande legado que vai ficar da minha passagem pela Presidência são os pobres desse país estarem acreditando que eles podem chegar lá. É isso que eu quero fazer com a mulher. A mulher não é apenas a maioria numérica. Em muitas funções, a mulher é igual ou mais competente do que os homens. Todos vocês são casados e suas mulheres são mais corajosas do que vocês. E a minha também. As nossas mulheres têm coragem de fazer brigas que nós não fazemos. Às vezes, o vizinho enche o saco e nós dizemos que vamos conversar. E a mulher diz: "Não tem essa não." Ela abre a porta e vai lá. Eu acho isso uma coisa estupenda. A coragem da Marisa para tomar decisão é infinitamente maior do que a minha. Com ela, eu tenho que contemporizar. Não, não vamos brigar agora. E ela diz que tem que resolver já, não tem meio-termo. E eu acho que toda mulher é assim.
ISTOÉ - Como o sr. vê José Serra como adversário de Dilma?
Lula - Para mim, essa é uma eleição engraçada. Três candidatos de oposição foram do meu partido: Marina Silva, do PV, José Maria, do PSTU e Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL. E o Serra é uma pessoa com quem eu tenho uma relação de respeito muito antiga. Quando vejo eles debatendo, não tenho nenhum inimigo. Tenho alguns adversários disputando com a minha candidata. E eu acho que o Serra deu azar. Deu azar de disputar comigo quando eu não podia perder. Digo do fundo da alma, eu nunca tive a menor preocupação de que não ganharia aquela eleição de 2002. Eu estava convencido de que era a minha vez, que tinha chegado a hora. Eu tinha participado da candidatura do (Franco) Montoro e sabia como era isto. Em 1982, não adiantava nada, aquela era a hora do Montoro ser governador. Podia falar o que quisesse. Que ele tinha 20, 80 aposentadorias. Era a hora dele. E foi. Em 2002, eu sabia que era a minha hora. Eu lembro que quando não ganhei no primeiro turno, cheguei no gabinete à noite e havia uns 100 delegados da América Latina, todo mundo lá triste. Estavam lá o Zé Dirceu e o Duda Mendonça na frente da telinha medindo voto, dizendo que ia dar por meio ponto. E eu disse: "Gente, deixa para lá. Tanto faz primeiro ou segundo turno.Vai apenas demorar um pouco mais. E vai ter uma diferença bem maior depois." E foi uma coisa extraordinária porque o segundo turno permite que você tenha um embate direto. Eu hoje agradeço por todos os santos o segundo turno com o Alckmin, porque eu pude lavar a minha alma. Eu pude aumentar a minha votação em 12 milhões de votos. E ele perdeu três milhões de votos, uma coisa inédita.
Senado transforma Brasil em Sucupira
O Congresso trabalhou nessa primeira semana de agosto e entra agora em recesso branco até outubro. Motivo: eleições. A Comissão de Constituição e Justiça do Senado poderia já ter folgado nesses primeiros cinco dias do mês e teria poupado o País da aprovação de um projeto digno da Sucupira do filme "O Bem Amado". Até a quinta-feira 5, democraticamente no Brasil ninguém podia ser preso cinco dias antes das eleições, a não ser em fl agrante, porque assim se garantia que todos pudessem ir às urnas. Agora o Senado determinou que se pode prender sim. Detalhe sucupiriano do projeto: candidatos não podem ser presos nos 15 dias que antecedem o pleito. Qualquer Odorico Paraguaçu de plantão, tendo a polícia sob seu comando, pode ceder à coceira de mandar prender opositores políticos.
Recaída autoritária
Às vésperas de deixar a Presidência da República pela porta dos fundos depois de um rumoroso processo de impeachment, o ex-presidente Fernando Collor de Mello exibiu para todo o País uma camiseta com a seguinte mensagem: "O tempo é o senhor da razão." De lá para cá se passaram 18 anos, os cabelos do ex-presidente ficaram grisalhos, mas a razão parece não ter chegado ao hoje senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Na terça-feira 3, ele ocupou a tribuna do Senado para dizer que obtivera autorização do TRE alagoano para disputar o governo do Estado e, sem a menor preocupação com o decoro parlamentar, passou a ofender o repórter Hugo Marques, de ISTOÉ, que há duas semanas revelara os questionamentos feitos contra a candidatura do senador em razão de problemas com a Justiça. "Trata-se de um verdadeiro ficha suja da imprensa brasileira", afirmou Collor, referindo-se ao repórter com a mesma agressividade que mostrava na época do Collorgate. "Ele não se vende à verdade; ele se aluga. Ele carece de total credibilidade e recorrentemente mancha a honra do bom jornalismo."
O senador ainda usou outros adjetivos ofensivos, como apedeuta, sicofanta (mentiroso, velhaco) e cáften da mentira, ao se referir ao jornalista. Um discurso que, além de fazer da tribuna do Senado um ringue privado, é covarde, pois usa a imunidade assegurada ao parlamentar para exercer a livre opinião para uma agressão pessoal. "O Senado antigamente era um lugar muito respeitável, onde as palavras eram medidas. O comportamento do ex-presidente é condenável", afirmou o presidente da Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner), Roberto Muylaert. De acordo com ele, "Collor demonstrou que não mudou nada em relação ao comportamento que exibia antes do impeachment".
A ficha suja de Joaquim Roriz é mais encardida que a dos outros?
Apesar das boas intenções do Congresso ao aprovar a Lei dos Fichas-Sujas, a primeira rodada de julgamentos nos tribunais regionais eleitorais mostrara, até a quinta-feira 5, que a aplicação para valer da legislação poderá ficar mesmo para as eleições de 2012. O que se viu na Justiça nos últimos dias foi uma permissão generalizada de registros de candidaturas de personagens inidôneos - até porque a lei carece de braços e pernas constitucionais para se mover e a culpa de sua tetraplegia legal e legítima é dos legisladores e não dos juízes. Um dos raros fichas-sujas que sofreram o rigor da lei é o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (foto), como se a sua ficha suja fosse mais encardida que a de outros. Ele teve agora a sua candidatura (novamente ao governo) negada pelo TRE.
Traição tucana
A ascensão de Dilma Rousseff nas pesquisas de intenção de voto não é a única fonte de dor de cabeça para o candidato do PSDB à Presidência, José Serra. Passado mais de um mês do início da campanha oficial, Serra encontra dificuldades para mobilizar os próprios tucanos nas regiões Norte, Nordeste e até Sudeste do País. Em alguns Estados, a traição é explícita, a ponto de os candidatos do partido nem sequer utilizarem a imagem de Serra nos materiais de campanha. Para piorar, a arrecadação, até agora, ficou aquém das expectativas, o que mostra que o empresariado também anda ressabiado com o desempenho do candidato do PSDB. O montante - R$ 3,6 milhões - equivale a um terço do total arrecadado por Dilma.
Um dos casos mais emblemáticos de deserção ocorre no Amazonas. Em dificuldade para se reeleger, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, um dos mais ferrenhos opositores do governo no Congresso, se aliou, informalmente, ao candidato a governador Alfredo Nascimento (PR). Ex-ministro dos Transportes do governo Lula, Nascimento apoia Dilma ao Planalto. De acordo com aliados de Virgílio no Estado, o senador tucano, candidato à reeleição, só conseguiu alcançar a segunda colocação nas pesquisas depois da conveniente aliança com Nascimento. "É difícil ir contra Lula e Dilma aqui", admite um dos integrantes do diretório do PSDB no Amazonas. No Estado, a aprovação do governo Lula é a maior do País: chega a 91%.
A sonegação de Heloísa Helena
Um fantasma do passado atormenta a campanha da ex-senadora Heloísa Helena (PSOL), que encabeça as pesquisas de opinião sobre as vagas ao Senado por Alagoas. Em 1998, ela foi autuada pela Receita Federal por omitir rendimentos como ajuda de custo e ajuda de gabinete que recebia como deputada na Assembleia Legislativa. Sua briga com a Receita arrastou-se por dez anos. Heloísa recorreu a todas as instâncias da Justiça, inclusive com agravos no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo, mas perdeu a briga para a Fazenda Nacional em 2008. A senadora, então, negociou o pagamento do débito em parcelas.
Mas agora os autos do processo transformaram-se num dossiê contra Heloísa, que começou a circular pelos gabinetes de Brasília e Maceió. Um dos adversários políticos da ex-senadora, o também candidato a senador Afonso Lacerda (PRTB), impetrou pedido de impugnação de Heloísa por crime fiscal no TRE de Alagoas. Na quarta-feira 4, o TRE julgou improcedente, por unanimidade, as impugnações propostas pelo Ministério Público Eleitoral e por Lacerda. E mais: Lacerda foi condenado em litigância de má-fé. Mesmo perdendo no TRE, no entanto, ele ameaça recorrer aos tribunais superiores para tentar comprometer a biografia da candidata, que sempre defendeu a ética. "Ela foi condenada pelo colegiado do STJ por ocultação de valores e sonegação", diz Afonso. "Se for necessário, vamos recorrer até ao TSE."
Nova investigação
Com base em reportagem pu¬bli¬cada na semana passada por ISTOÉ sobre um acordo milionário entre a Telebrás e o empresário Uadji Menezes, amigo do ex-ministro Hélio Costa, quatro parlamentares entraram com duas representações na Procuradoria-Geral da República. Os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Raul Jungmann (PPS-PE), Chico Alencar (Psol-RJ) e Fernando Gabeira (PV-RJ) pediram a abertura de inquéritos civil e criminal contra Costa, o ex-presidente da Telebrás, Jorge da Motta e Silva, e o empresário Uadji. Em 2006, a Telebrás aceitou pagar R$ 254 milhões ao empresário, abrindo mão de recursos na Justiça. "Fiquei assustado com a dimensão da irresponsabilidade do acordo e da quantia vultosa de recursos envolvida nessa transação", diz o deputado Carlos Sampaio. "Esse acordo é uma coisa inacreditável, pelo amor de Deus, jamais poderia ter sido feito."
Os parlamentares entregaram as representações nas mãos da subprocuradora-geral, Débora Duprat. "Isso é muito grave", disse a subprocuradora aos deputados. Jungmann, que integrou a comitiva, acredita que os envolvidos deverão ser chamados para depor, pois a AGU concluiu que o acordo foi feito com base em laudo pericial com erros, que elevaram os valores em favor de Uadji. "Cabe ao ex-ministro Hélio Costa apresentar suas justificativas", diz Jungmann. Os parlamentares querem que a Procuradoria instaure inquérito civil por improbidade administrativa. Eles acreditam que a nota da Advocacia-Geral da União mostrando que o acordo deu um prejuízo de R$ 169 milhões ao erário é uma das principais provas contra Hélio Costa, Uadji e Jorge da Motta e Silva. "Mencionado acordo extrajudicial foi lavrado à época em que o representado Hélio Costa era ministro das Comunicações", diz a representação. "Portanto, responsável, em última instância, pelas ações administrativas dessa estatal federal presidida, na ocasião, pelo senhor Jorge da Motta e Silva."
Marina ficou mais magra
Um futuro sombrio ameaça a candidatura de Marina Silva (PV). Um mês depois do início da campanha e após diversas viagens e comícios por todo o País, a senadora ainda patina nas pesquisas de intenção de voto sem conseguir ampliar seu eleitorado. Segundo a última pesquisa Ibope, Marina teria até encolhido de 10% para 7%. A polarização entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra, que se revezam na liderança, parece afunilar o caminho da candidata dos verdes, que carece de alianças com outros partidos para dar capilaridade a sua campanha. Apegada aos preceitos evangélicos e ambientais, Marina tem dificuldade de ampliar o teor de seu discurso no palanque, embora já tenha demonstrado não ser "monotemática". Para piorar, o que ela tinha de original em seu programa de governo foi absorvido aos poucos pelas campanhas concorrentes, o que representa um desafio ainda maior para quem tem apenas um minuto e dez segundos no horário gratuito da tevê.
"Nosso desafio é massificar a campanha para tornar Marina conhecida do grande público. É dificílimo porque o Serra é muito conhecido, tem um recall altíssimo, e Dilma conta com um cabo eleitoral de primeira grandeza, o Lula", constata o coordenador da campanha do PV, João Paulo Capobianco. "Por isso, vamos apostar todas as fichas na tevê e no rádio", diz. Os debates, como o realizado pela Rede Bandeirantes na quinta-feira 5, são uma oportunidade para Marina se apresentar como alternativa "mais viável que Serra" para derrotar Dilma. "É a nossa chance de conquistar o voto das mulheres pobres, da juventude e da classe média", diz o presidente do PV do Rio, Alfredo Sirkis. Ele diz que não está preocupado com o Ibope e que pesquisas internas do partido mostram Marina com dois dígitos. "No Rio ela tem 14%, em São Paulo tem 12% e em Minas Gerais, 11%." Sirkis tem esperança na reedição do crescimento obtido por Eduardo Paes na campanha para a Prefeitura do Rio em 2008. "Ele nem aparecia nas intenções de voto, mas nas últimas duas semanas assumiu a liderança e venceu", lembra.
Guerra na tevê
Foi dada a largada para a guerra na televisão entre os candidatos à Presidência da República. Desde a semana passada, Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) já definem suas agendas de olho na aparição em blocos diários do "Jornal Nacional", da Rede Globo. Porém, o que mais tem mobilizado as equipes de comunicação dos aspirantes ao Planalto são as filmagens para o horário eleitoral gratuito, que começará no dia 17 e se estenderá pelos 45 dias seguintes. Entre um compromisso e outro, os candidatos dedicam boa parte dos dias da semana para a gravação das inserções. No total, são quase 200 pessoas envolvidas na superprodução de 550 minutos de tevê, que consumirá cerca de R$ 130 milhões, o de 20% a 30% do orçamento previsto por cada campanha.
Banquete de cargos
A menos de quatro meses de deixar o posto, o chanceler Celso Amorim trabalha nos bastidores para ampliar seu polêmico legado à frente do Ministério das Relações Exteriores. Depois de flexibilizar o ingresso à carreira de diplomata, ampliar seus quadros, modificar a estrutura da Secretaria de Estado e multiplicar o número de embaixadas, o ministro prepara-se para realizar a maior contratação de funcionários da história do Itamaraty. O plano de Amorim, obtido por ISTOÉ, prevê a criação a partir do próximo governo de quase 1.500 cargos, o que praticamente duplicará o atual número de funcionários, impactando fortemente a folha de pagamentos. Hoje, o Itamaraty gasta R$ 940 milhões só com pessoal.
Essa megarreestruturação, que está sendo consolidada em projeto de lei, inclui a criação de 400 novos cargos de diplomatas e mais 1.065 oficiais de chancelaria. Para justificá-la, Amorim alega que é preciso adequar a "estrutura de recursos humanos aos crescentes desafios" do cenário internacional. Na exposição de motivos, ele explica que o Itamaraty tem se empenhado na "transformação da relação do Brasil com as grandes potências" e na "articulação das alianças estratégicas com os grandes Estados da periferia".
ÉPOCA
Seu candidato já firmou compromisso contra o trabalho escravo?
Campanha eleitoral costuma ser vista como uma excelente oportunidade para movimentos sociais organizados firmarem compromissos com os futuros governantes. ONGs e militantes que atuam no combate ao trabalho escravo estão ficando craques nisso. A dois meses da eleição, eles criaram um documento padrão em que o signatário se compromete a apoiar projetos caros à causa. Com o papel em mãos, esses militantes procuram os candidatos, explicam suas intenções e pedem o autógrafo-compromisso. Quem assinar, terá seu nome exposto como apoiador da causa. Quem não assinar, terá seu nome exposto como opositor, o que, do ponto de vista eleitoral, seria um razoável problema.
O movimento da carta-compromisso é liderado pela ONG Repórter Brasil, sediada em São Paulo. Sua estratégia é aproveitar a conhecida maior sensibilidade que os políticos em geral parecem ter em anos eleitorais. Até o dia da eleição, todos os candidatos à Presidência da República e todos os candidatos a governador de todos os Estados serão formalmente convidados a assinar. Um pouco antes do primeiro turno, a ONG divulgará um balanço das recusas e adesões. Alguns políticos já foram procurados. Até agora, um candidato à presidência, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), e dez candidatos a governador já assinaram. (confira a lista abaixo). As campanhas de Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva já foram procuradas, mas ainda não deram resposta.
Por Dilma, Lula adia decisões sobre temas polêmicos
Para evitar desgastes na campanha da petista Dilma Rousseff, o governo federal decidiu congelar a discussão ou a votação de temas considerados polêmicos até a realização das eleições, em outubro. É o caso, por exemplo, da recriação de um imposto para a saúde. Depois da extinção da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o governo estuda a volta de um tributo com a finalidade de ampliar as receitas disponíveis para o setor. Já existe a ideia de criar a Contribuição Social para a Saúde (CSS), com o apoio do governo. Como o tema é considerado extremamente desgastante junto à opinião pública, até Dilma tem se esquivado de defender a proposta.
Na quarta-feira (4), Dilma afirmou que o próximo presidente precisa dar prioridade à transferência de recursos para a saúde, mas fez questão de não se comprometer com a criação de um novo tributo para o setor, embora tenha lamentado a perda de arrecadação provocada pela extinção da CPMF, em dezembro de 2007, em votação do Senado. "Eu não estou discutindo volta de contribuição. Estou discutindo aqui um programa para a saúde", disse Dilma, depois de visitar o Sarah-Centro, unidade mais antiga da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação. "Ninguém pode achar que a situação seja confortável, tendo a saúde perdido R$ 40 bilhões", disse.
Exército anula contrato para produção de eventos
O Comando do Exército anulou nesta quinta-feira (5) a licitação para a produção de eventos vencida em março pela empresa mineira HWC Empreendimentos, a Open. Reportagem publicada esta semana por ÉPOCA sobre o mercado de eventos financiados com dinheiro público revelou que a concorrência -- promovida pelo Departamento de Engenharia e Construção do Exército - estava sendo contestada por outras empresas do setor. O valor estimado pelo Exército foi de R$ 11,8 milhões. A grande maioria das empresas apresentou propostas tendo essa cifra como referência, e foram desclassificadas por seus preços terem sido considerados baixos. Ao final do certamente, a Open ganhou a disputa com uma proposta no valor de R$19,6 milhões. Os concorrentes dizem que ela foi irregularmente beneficiada.
Na semana passada, ÉPOCA pediu ao Exército uma explicação sobre essa diferença de preço. A resposta veio no Diário Oficial da União com a publicação nesta quinta-feira do ato com data de 4 de agosto que revogou a licitação.
Com a vitória na concorrência do Exército, a Open conseguiu uma "ata de registro de preços", um instrumento que permite a outros órgãos públicos assinar contratos com a empresa vencedora, com os mesmos preços e sem necessidade de nova licitação. Em quatro meses, com base nessa ata, outros 18 órgãos públicos foram autorizados a contratar a Open. Com isso, a empresa previa um faturamento de cerca de R$ 50 milhões neste ano. Na terça-feira, terminou em Brasília um encontro internacional promovido pela Unesco para avaliar o patrimônio mundial da humanidade. A um custo de R$ 7,5 milhões, a produção do evento foi feita pela Open, contratada pelo Ministério da Cultura que aderiu a ata de preços do Exército. Nos planos da Open também estava a produção dos Jogos Mundiais Militares, um megaevento que será realizado no ano que vem.
Toda política é local
Não é fácil para um parlamentar, sem ocupar cargos de destaque como as presidências do Senado, Câmara e comissões temáticas importantes ou as relatorias de projetos relevantes, conseguir se sobressair em meio à massa de 81 senadores e 513 deputados. Não são poucos os casos de políticos proeminentes que se apagaram em suas passagens pela Câmara ou pelo Senado. Nessa categoria, alguns exemplos notáveis são os do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve um único e obscuro mandato como deputado durante a Assembléia Nacional Constituinte, e do ex-governador e ex-candidato à Presidência Ciro Gomes, que desistiu de disputar novos mandatos na Câmara dos Deputados depois de uma inexpressiva atuação parlamentar. Numa conjuntura em que o Congresso Nacional está fragilizado por uma sequencia de escândalos e anda a reboque dos poderes Executivo, que o inunda de medidas provisórias, e Judiciário, que lhe toma a iniciativa na regulamentação de várias matérias, distinguir-se na atividade legislativa é um feito ainda mais difícil.
Patrícia Saboya Gomes (PDT-CE), ex-mulher de Ciro Gomes, é a famosa exceção que confirma a regra. No seu primeiro mandato como senadora, conseguiu algumas proezas para uma novata em Brasília. Presidiu uma CPI mista do Congresso, que investigou a exploração sexual de crianças e adolescentes e alcançou grande repercussão. Não se limitou, porém, apenas a atividades de fácil repercussão midiática.
Conseguiu a façanha de transformar projetos em leis que afetam a vida de milhões de brasileiros. São de sua iniciativa a lei que abre para trabalhadoras do setor privado e servidoras públicas federais a possibilidade de ampliação para seis meses da licença-maternidade e a lei que inclui o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no currículo do ensino fundamental. Patrícia também foi uma das relatoras no Congresso da nova lei de adoção, que reduz os prazos e facilita o processo de adoção de crianças e adolescentes.
Nova pesquisa Ibope mantém a diferença entre Dilma e Serra
Uma semana depois da divulgação da última pesquisa Ibope, o instituto volta a consultar os eleitores brasileiros sobre as intenções de voto à Presidência da República. Dilma (39%) e Serra (34%) repetem os índices da semana que passou, enquanto Marina cresceu um ponto e agora tem 8%. Os demais candidatos não alcançaram 1%. Brancos e nulos somam 7% e os indecisos são 12%.
A margem de erro é de 2%. O ibope ouviu 2.506 eleitores em 173 municípios, de segunda-feira (2) a quinta-feira (5).
Na pesquisa anterior, encomendada pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela TV Globo, Dilma Roussef aparecia cinco pontos à frente de José Serra. A candidata petista tinha 39% das intenções de voto contra 34% de Serra. Marina Silva contava com a preferência de 7% dos eleitores ouvidos. Os demais candidatos não pontuaram. Os indecisos eram 12% e os brancos e nulos somavam 7%.
VEJA
Marina declama poesia e Plínio conclama eleitor à 'luta'
Nas considerações finais, a candidata verde, Marina Silva, agradeceu "a Deus em primeiro lugar", para, em seguida, felicitar os outros participantes, a TV Bandeirantes, o apresentador e público. Dirigindo-se às pessoas que acompanhavam o debate em casa, disse estar esperançosa de que a discussão lhes teria ajudado a tomar sua decisão nas eleições presidenciais de outubro.
Fugindo do debate plebiscitário, destacou a importância de não "desconstruir os acertos, nem negar as conquistas". Frisou que, inclusive, eles precisavam ser devidamente creditados - uma possível alusão ao PT que diz ter pegado o país em frangalhos em 2003, negando as conquistas da gestão anterior. Fez um chamado à população para "eleger a primeira mulher, de origem humilde e amazônica". Falando aos mais pobres, terminou com a declamação de uma poesia a respeito de um menino chamado Dado, ao qual lhe prometeu um futuro melhor.
Plínio de Arruda Sampaio foi o último a falar. Aproveitou para esclarecer, logo de início, que não pretender dar calote na dívida pública, mas sim "pagar o que é devido". "O que não for devido, não vamos pagar", acrescentou.
Para Tucanos, Dilma tem pensamentos tortuosos e Serra é claro
Os tucanos acharam que ficou muito clara a diferença de qualidade entre Serra e Dilma, que o candidato do PSDB conseguiu trazer o debate para questões do futuro e não do passado, fazendo comparações entre os governos. Ao final do debate, Aécio Neves deu um longo abraço em Serra e falou: "Muito bom, muito sereno e firme, vamos avançando."
Questionado pela reportagem, Aécio disse que Dilma não conseguiu levar o debate pra trás, mas Serra conseguiu levar para frente. Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, Serra foi capaz de ter sentenças claras, falar com conhecimento e ter frases com começo meio e fim. Para ele, o que Dilma a fala não é inteligível, é uma construção de pensamentos tortuosos, que as respostas da petista para as perguntas não faziam sentido e serviam para as demais. "O que o Plínio falava tinha começo meio fim, a Marina era firme, mas a Dilma não fala, não pensa, e não tem conteúdo. A população vai perceber isso", concluiu o senador.
O vice da chapa de José Serra, Indio Costa (DEM-RJ), avaliou a participação do candidato à presidência como "super light". O democrata continuou falando sobre o desempenho da petista Dilma Rousseff: "Não sei se ela estava gaguejando por inexperiência, insegurança ou desconhecimento das matérias de que tratava. A maior parte do que ela disse no final foi lido e demonstrou que ela tava insegura."
O tucano Geraldo Alckmin avaliou que Serra foi bem principalmente em respostas sobre a área de saúde. Ele comentou com interlocutores que em 2006, teve como Lula como adversário e que foi mais difícil.
Benedita é multada, mas Dilma e Lula livram-se da punição
A ex-secretária de assistência social e direitos humanos do Rio de Janeiro Benedita da Silva terá que pagar uma multa no valor de 5 000 reais por propaganda eleitoral antecipada a favor de Dilma Rousseff.
O ministro Henrique Neves, do Tribunal Superior Eleitoral, avaliou que Benedita sabia dos riscos de suas palavras ao comentar: "Vamos eleger uma mulher para presidenta, mas não é uma qualquer, e ouso dizer, temos uma com qualidade, com garra, e o seu nome é Dilma Rousseff". O Ministério Público também solicitou a punição da candidata petista e do presidente Lula. Mas os pedidos foram negados pelo tribunal.
Roriz recorre ao próprio TRE para se candidatar
Joaquim Roriz acaba de recorrer ao próprio TRE de Brasília para tentar anular a decisão que proibiu sua candidatura ao governo do DF. No recurso de dezoito páginas, chamado de embargos de declaração, os advogados do ex-governador pedem que seja aceito o registro do candidato, apesar de ele ter sido considerado ficha-suja pelo mesmo TRE por ter renunciado ao mandato de senador em 2007 para escapar da cassação. Para reverter a decisão, a defesa de Roriz quer que o TRE aprecie novamente pontos que, avaliam, foram ignorados pelos juízes na sessão de quarta-feira.
O principal deles: a Lei da Ficha Limpa não poderia ter validade para estas eleições. Segundo os advogados, o TRE de Brasília, ao decidir pela condenação de Roriz com base na nova regra, desrespeitou o princípio da anualidade, que prevê que mudanças em regras que afetem as eleições precisam ser aprovadas a um ano do pleito. A Lei da Ficha Limpa só foi sancionada em junho. A expectativa da defesa do ex-governador é de que o recurso seja julgado na próxima semana.
Casa da Moeda começa a produzir as novas notas de real
A Casa da Moeda inaugurou, nesta sexta-feira, a primeira das duas linhas de produção que entrarão em operação em 2010, e deu início à impressão das novas cédulas do real. As notas mantêm as cores e animais das cédulas antigas, mas passam a ter tamanhos diferentes, para facilitar a identificação por deficientes visuais. A renovação do dinheiro em circulação no Brasil começa em novembro, com as notas de R$ 50 e R$ 100. As cédulas de R$ 10 e R$ 20 devem começar a ser produzidas em 2011 e as de R$ 2 e R$ 5, em 2012. As cédulas antigas serão recolhidas aos poucos.
Desde 2009, a Casa da Moeda investiu 350 milhões de reais na modernização de seu parque industrial. Na linha de produção atual, além das cédulas, estão cartões telefônicos, passaportes inteligentes e selos postais e fiscais, que ajudaram a elevar em 85% o lucro da empresa no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2009. As previsões são que o lucro chegue a R$ 390 milhões em dezembro deste ano e o faturamento aumente 53%, passando de R$ 1,5 bilhão em 2009 para R$ 2,3 bilhões.
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