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Nos jornais: presidenciáveis ignoram Norte do Brasil

Congresso em Foco

7/8/2010 5:54

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FOLHA DE S.PAULO

Roteiro eleitoral de candidatos ignora o Norte do Brasil

Nem o fato de uma acriana disputar a eleição presidencial ajudou os Estados do Norte do país a receber mais atenção dos três principais candidatos deste ano. Desde o começo da pré-campanha, em abril, Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), somados, viajaram apenas quatro vezes à região, sendo que a candidata petista não foi nenhuma vez ao Norte.

Ao mesmo tempo, Minas, Estado considerado chave para a eleição, já recebeu ao menos 22 passagens dos três presidenciáveis -o mesmo volume de deslocamentos para o Rio de Janeiro. Entre os Estados, São Paulo lidera o ranking, com 37 dias de campanha de Serra, Dilma e Marina. O levantamento da Folha levou em conta todas as viagens nacionais desde o início da pré-campanha, em abril, até a última terça-feira.

Eventos dos candidatos nas bases de seus comitês foram excluídos da conta, já que não há deslocamentos: Serra e Marina, em São Paulo, e Dilma, em Brasília.

Maioria dos políticos vetados pela lei teve as contas reprovadas

Mais de 40% dos políticos considerados "fichas-sujas" pelos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) estaduais tiveram suas candidaturas barradas porque tiveram contas de suas administrações rejeitadas por tribunais de controle de finanças públicas, como o TCU (Tribunal de Contas da União). Cerca de 20% dos indeferimentos de candidaturas por conta da Lei da Ficha Limpa tiveram como causa a existência de condenações por improbidade administrativa, segundo levantamento concluído pela Folha ontem em todos os TREs do país.

No ranking das causas de impedimento dos "fichas-sujas", ainda aparecem punições por abuso de poder político e econômico nas eleições (7%), condenações criminais (7%) e penalidades por compra de votos (5%).

Dilma distorce números, e Serra faz críticas periféricas

A petista Dilma Rousseff distorceu números para superfaturar os méritos do governo Lula, enquanto o tucano José Serra se dedicou a promessas típicas de governadores e prefeitos, como a criação de vagas em escolas e a promoção de mutirões. O primeiro debate da campanha eleitoral apresentou, de um lado, a situacionista que oferece algo entre a continuidade e a mera celebração de feitos reais e imaginários; do outro, o principal oposicionista que limita quase todas as suas críticas e propostas a aspectos periféricos da administração federal.

A julgar pelas afirmações de anteontem à noite, na Band, as principais ambições de Dilma para o futuro são a reforma tributária e a regulamentação da emenda constitucional que disciplina os gastos em saúde, ambas já encaminhadas pelo presidente Lula, mas empacadas no Congresso Nacional. Há ainda a torcida declarada para a erradicação completa da miséria e ampliação dos recursos públicos para a educação para o equivalente a 7% do Produto Interno Bruto, que seriam um desdobramento natural das conquistas recentes.

Após ser destaque em debate, Plínio se compara a Obama

Destaque entre os presidenciáveis no debate da Bandeirantes, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) começou ontem a ser reconhecido nas ruas e viu sua candidatura ganhar a internet. Citado em sites de notícias e no Twitter, Plínio se comparou ao presidente dos EUA. "É o efeito Obama. A televisão é um perigo. Estou sendo reconhecido na rua. É incrível", afirmou.

O candidato, que em geral não tem a agenda acompanhada pela imprensa, teve ontem dia de popstar. Acordou às 7h para conceder uma entrevista e não parou mais. Fez corpo a corpo no centro de São Paulo -onde gravou imagens para o programa de TV- e passou o dia ao telefone. À noite, apareceu no "Jornal Nacional" pela primeira vez na campanha.

Sua atuação no debate gerou brincadeiras no Twitter. Uma delas do humorista Danilo Gentili, repórter do "CQC", da Band. "Ei @plinio dearruda depois me ajuda a escrever umas piadas de político. Aquela do Serra hipocondríaco foi muito boa!"

Audiência foi a menor dos últimos anos

O debate de anteontem na Band amargou média consolidada de 2,9 pontos segundo o Ibope. Em 2002 e 2006, os primeiro debates alcançaram 8,7 e 3,3 - ambos na Band. A semifinal da Copa Libertadores, exibida pela Globo no mesmo horário, teve 32 pontos.

Menino homenageado por Marina vira atração em favela

Citado pela presidenciável Marina Silva (PV) no fim do debate na TV Bandeirantes, um menino de 5 anos virou atração ontem na favela do Coque, uma das comunidades mais pobres do Recife. Edvaldo Siqueira, o Dado, passou o dia cercado por políticos, jornalistas e curiosos. Ao ver a imagem da senadora -"tia Marina"- recitando um poema sobre ele, aproximou-se da TV e beijou sua imagem na tela.

Marina disse, no fim do debate: "Havia um pequeno dado jogado por sobre a mesa/ Ali nada era certeza, tudo era interrogar/ Mas, para minha surpresa, na forma de um colosso/ Dado era de carne e osso e sabia até cantar". Na semana passada, o menino cantou para ela a música "Coração de Estudante", na Escola Popular de Direito Constitucional Pequeno Cidadão, no Coque.

Maior gasto de presidenciáveis é com TV

No primeiro mês oficial de campanha, a maior despesa dos candidatos à Presidência foi com a produção do programa de TV, que começa a ser veiculado no dia 17. Dos R$ 20,2 milhões de receita declarada pelos nove presidenciáveis até agora, R$ 5,8 milhões saíram das campanhas da petista Dilma Rousseff (R$ 4,5 milhões) e da candidata do PV Marina Silva (R$ 1,3 milhão) para os marqueteiros. Só José Serra (PSDB) não declarou gasto para esse fim.

A maior despesa do tucano foi com serviços prestados por terceiros, R$ 1,3 milhão -assessoria jurídica, na maior parte. Dilma declarou ainda que gastou R$ 1,5 milhão com a criação de página na internet. A prestação de contas parcial da campanha foi divulgada na noite de ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral e não traz o nome dos financiadores, o que só se tornará público após as eleições.

Dilma deve evitar citar Lula em debates

A estratégia da petista Dilma Rousseff de escassear citações ao presidente Lula em suas falas - no debate de anteontem à noite ele apareceu pela primeira vez apenas no terceiro bloco, em meio a uma pergunta a José Serra (PSDB) - deve se tornar regra nos próximos embates. A tentativa é reforçar que Dilma atuou no comando do país - por isso ela usou à exaustão "nosso governo". Sempre que se referia à gestão federal como "nós", reforçava o antagonismo entre o governo atual e o governo "deles", isto é, dos tucanos.

Lula apareceu nas considerações finais da petista: "Tive a honra de coordenar a equipe de ministros do presidente Lula". A tática foi definida durante a preparação da candidata para o debate.

Ibope mostra Dilma com 39% contra 34% de Serra

Pesquisa Ibope/TV Globo divulgada ontem mostra a candidata do PT, Dilma Rousseff, com 39% das intenções de voto contra 34% do candidato do PSDB, José Serra. Marina Silva, do PV, aparece com 8%. Os demais candidatos não atingiram 1%. Brancos e nulos somam 7%, e 12% se disseram indecisos. Os números de Dilma e Serra são os mesmos de pesquisa Ibope da semana passada, feita entre os dias 26 e 29 de julho. A única a oscilar foi Marina, que no levantamento anterior tinha 7%.

Na pesquisa divulgada hoje, Dilma teria 44% dos votos contra 39% de Serra em um eventual segundo turno. Na anterior, Dilma aparecia com 46% e Serra com 40%. Na pesquisa espontânea -quando nenhum nome é apresentado ao eleitor-, Dilma tem 25%, Serra, 17%, e Marina aparece com 4%. Outros nomes citados somam 4%. Votos brancos e nulos seriam 6%. Não souberam responder 44%.

Mantega afirma que dossiê de petistas é apenas "carta apócrifa"

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem no Rio que acha "estranho" que o que ele considera uma "carta apócrifa" tenha sido "transformada em dossiê". A declaração se refere a uma reportagem publicada pela Folha, que mostra que Mantega foi alvo de um dossiê que o próprio governo identifica como elaborado pela ala do PT egressa do sindicalismo bancário.

O material traz acusações de tráfico de influência no Banco do Brasil contra uma filha de Mantega, Marina. No final de abril, o documento foi enviado para a presidência do BB, para o gabinete de Mantega e para a Casa Civil.

O GLOBO

PF prende dirigente do Dnit e diretor de empreiteira

Uma operação da Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no estado do Ceará, Guedes Ceará, e, em Belém, Aluízio Alves de Souza, um dos diretores da Delta Construções, empresa que mais recebe verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.

Segundo o superintendente regional da PF no Ceará, Aldair da Rocha, 12 empresas, das quais a maior é a Delta, participavam de um grupo que praticava fraudes em licitações, superfaturamento e desvio de verbas públicas, além de pagamento de obras de infraestrutura rodoviárias que não haviam sido executadas e de realizar serviços com material de qualidade inferior ao contratado.

Na relação, estão duas obras do PAC: a duplicação de uma ponte na BR-304, que liga Natal, no Rio Grande do Norte, a Russas, no interior cearense, sobre o Rio Jaguaribe, no município de Aracati, a 148 quilômetros de Fortaleza, orçada em R$30 milhões; e o recapeamento entre os quilômetros zero e 12 da BR-116, em Fortaleza.

Funcionários denunciam problemas da Gol

Dona de 40% do tráfego aéreo doméstico, a Gol está passando por uma de suas piores crises e corre o risco de ver seus funcionários cruzarem os braços no dia 13 em protesto às condições de trabalho. Depoimentos de funcionários colhidos pelo GLOBO, sob compromisso de não revelar suas identidades, demonstram insatisfação generalizada, do comandante ao atendente do check-in.

Preocupado com os rumores da greve, o Ministério Público do Trabalho de São Paulo convocou para a próxima segunda-feira uma reunião entre a empresa e sindicatos, na tentativa de abrir um canal de negociação e mediar os conflitos.

Os problemas vieram à tona com os atrasos e cancelamentos de voos em cascata no início da semana por falta de tripulação. Ainda que não haja uma adesão em massa, uma eventual paralisação poderá causar estragos, pois o quadro da Gol já é muito enxuto.

Alimentos e serviços são os vilões do ano

Os alimentos e os serviços devem encerrar 2010 como os vilões da inflação. Estudo da LCA Consultores mostra que o grupo de alimentos e bebidas pode fechar o ano com alta de 7% - a mesma taxa se espera para os serviços em 2010. As variações ficariam, portanto, acima da alta geral de preços no ano, prevista em 5,1% pela consultoria. As projeções já consideram as recentes deflações nos alimentos, em julho (-0,76%) e junho (-0,90%), que conduziram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) a 0,01% no mês passado. Os serviços também recuaram de 0,41% para 0,34%. Mas é temporário.

Sakineh: 'É como ser apedrejada todos os dias'

Em meio à grande polêmica internacional e a menos de uma semana de a Justiça do Irã dar sua palavra final sobre a execução, a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por adultério, disse ter sido mal tratada na prisão e que, pela forma como é vista, é como se "fosse apedrejada todos os dias". Em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal britânico "Guardian", feita através de um intermediário, a mulher afirma ainda que Teerã tenta "confundir a mídia" para matá-la secretamente.

A iraniana aguarda a definição de seu caso na prisão de Tabriz, no noroeste do Irã. O método da execução seria por apedrejamento, mas foi mudado depois para enforcamento. Inicialmente condenada por adultério, ela ainda passou a ser vinculada à morte do marido, o que, segunda ela, é uma tentativa das autoridades de manter a primeira sentença.

(...) "Eles estão mentindo. Estão constrangidos com a atenção internacional dada ao caso e estão desesperadamente tentando distrair a atenção e confundir a mídia para que possam me matar em segredo", assinalou a iraniana, que disse que o homem que realmente matou seu marido foi identificado e preso, mas não foi sentenciado à morte. Sakineh também revelou que, no momento em que recebeu a sentença de morte, não entendeu o significado do termo jurídico "rajam". Ela não sabia se tratar de um apedrejamento e assinou o documento da condenação.

Irã tem novo método de enriquecimento de urânio

Apesar das sanções internacionais recentemente impostas, o Irã começou a usar equipamentos extras, instalados neste ano, para enriquecer urânio de forma mais eficiente, informou nesta sexta-feira uma entidade ocidental. O Instituto para a Ciência e a Segurança Internacional afirmou em seu site que Teerã passou a usar uma segunda 'cascata' (conjunto) de centrífugas nucleares na usina-piloto de Natanz. A entidade não revelou a fonte de sua informação.

Lula assina 27 acordos com Venezuela

Brasil e Venezuela assinaram 27 acordos bilaterais, entre os quais projetos de infraestrutura, construção civil e energia envolvendo grandes grupos brasileiros, como a Andrade Gutierrez, a OAS, a Queiroz Galvão e a Braskem, responsável por dois empreendimentos no país vizinho: a fabricação de resina plástica e a atuação conjunta, com a PDVSA (petrolífera venezuelana) na produção de nafta. A Braskem chegou a adiar um projeto anterior na Venezuela, por falta de crédito, segundo um executivo da empresa. No entanto, acabou assinando novos acordos de investimentos.

Chávez é denunciado no Tribunal Penal Internacional

O advogado Jaime Granados, que representa o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, informou nesta sexta-feira que foi apresentada uma denúncia contra o presidente venezuelano, Hugo Chávez, no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, e que foi aberta uma ação contra a Venezuela na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), como noticia o diário "El Espectador", de Bogotá.

Granados disse que cada denúncia tem o nome de um grupo de vítimas - cuja identidade manterá em segredo por questões de segurança - de supostas ações das guerrilhas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN).

O ESTADO DE S. PAULO

Dilma gasta R$ 4,5 mi com programa de TV

A dez dias do início da propaganda eleitoral na TV e no rádio, a candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, gastou R$ 4,5 milhões na confecção de seus programas e outros R$ 2 milhões com a criação de sua página na internet. As duas despesas estão na prestação parcial de contas divulgada na sexta-feira, 6, pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e representam mais da metade do que o comitê da presidenciável petista arrecadou até agora: um total de R$ 11,6 milhões.
 
Principal adversário de Dilma, o tucano José Serra arrecadou R$ 3,6 milhões. Foi menos que os R$ 4,6 milhões coletados pela candidata do PV, Marina Silva. Desse valor, pelo menos R$ 1 milhão foi doado pelo vice de sua chapa, o empresário Guilherme Leal, o candidato mais rico do país, com fortuna declarada de R$ 1,2 bilhão. Assim como a petista, a maior despesa de Marina até agora foi com a produção de programa de rádio e TV - R$ 1.325.835,90. Ao contrário de Dilma e de Marina, Serra não gastou até agora um centavo com os programas de TV e rádio.

Dilmistas e serristas alardeiam 'dividendos'

No dia seguinte ao primeiro debate dos presidenciáveis, petistas comemoravam o fato de Dilma Rousseff não ter se saído tão mal, enquanto os tucanos destacavam que a adversária de José Serra caiu nas armadilhas jogadas pelo candidato.  Em São Paulo, Dilma rebateu a fala do adversário, segundo quem não se pode fazer campanha "olhando pelo retrovisor". "Acho extremamente confortável e estranho, porque a pessoa alega experiência. Foi ministro por duas vezes, inclusive poderoso ministro da área econômica."

A petista deixou claro que não abrirá mão de citar o nome do presidente Lula na campanha. Durante o debate, usou o termo "nosso governo" e praticamente não falou no nome de Lula. "Falei "nosso governo", posto que não sou presidente, mas não vi mudança nenhuma. Não pensem que vou abrir mão disso." A candidata do PV, Marina Silva, lamentou, em São Paulo, que o debate tenha sido polarizado entre Serra e Dilma. "Na prática, o que ficou claro ali foi o confronto", avaliou. Ela lamentou ironias do candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, que a chamou de "ecocapitalista" e de "Pollyana". "Isso não me atinge. Não me preocupo com rótulos e sim com o mérito das questões."

Imprecisões marcam confronto na TV

Durante o debate de quinta-feira na TV Bandeirantes, tanto a candidata do PT, Dilma Rousseff, quanto o tucano José Serra cometeram deslizes e apresentaram dados imprecisos para sustentar suas teses. Dilma, por exemplo, inflou os índices do aumento do salário mínimo na era Lula. Serra criticou a redução de deficientes em classes especiais no atual governo - algo que ocorreu por imposição constitucional.

Ao responder a uma pergunta do candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, acerca das conquistas sociais do governo Lula, Dilma afirmou que o salário mínimo teve, nos últimos sete anos, "aumento de 74% acima da inflação". De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), contudo, o acréscimo ficou 20 pontos porcentuais abaixo disso: 54%.
No governo Lula o mínimo subiu de R$ 200 em janeiro de 2003 para R$ 510 este ano. A inflação acumulada (INPC) no período foi de 66%. O INPC é usado pelo Dieese para calcular o aumento real do salário mínimo, pois reflete os preços das mercadorias para as famílias mais pobres.

'Disputa PT-PSDB é maléfica ao País'

Em sua primeira experiência política no Executivo municipal, Márcio Lacerda (PSB), que comanda Belo Horizonte graças à aliança entre PSDB e PT, encarna o fenômeno "Dilmasia" em Minas Gerais. Ele declarou o voto a Antonio Anastasia (PSDB) para o governo estadual e em Dilma Rousseff (PT) para a Presidência. Nesta entrevista ao Estado, ele evita críticas abertas a Hélio Costa (PMDB), mas defende a continuidade do governo Aécio Neves. Para o prefeito, o PSB não é um partido contraditório, pois fez parte do governo Aécio em Minas e do governo Lula.

O sr. foi eleito a partir da aliança de Aécio Neves (PSDB) e Fernando Pimentel (PT), que nestas eleições estão em campos opostos. Sua eleição significou uma confluência de projetos. Eles se separam agora neste pleito?

Minha candidatura teve na sua formulação uma ação não só do Aécio e do Pimentel, mas também do Ciro Gomes, com o conhecimento do presidente Lula. Havia uma visão de um possível desdobramento futuro dessa confluência, de pessoas com pensamentos convergentes. Penso que a reação extremada do PT nacional gerou, digamos, no PSDB daqui, uma agressividade que provocou o distanciamento. Me arrisco a dizer que, se o PT nacional tivesse sido simpático a essa iniciativa, Pimentel poderia ter sido candidato a governador pelo PT com apoio do Aécio. Deveremos ter confluência de projetos no futuro que podem até conduzir ao rearranjo do campo partidário.

Isso esbarraria na criação de um novo partido no futuro?

É difícil me arriscar a fazer projeções desse tipo, mas o País precisa disso. O fato é que essa disputa entre PT e PSDB de São Paulo tem sido maléfica para o País. O comando político do PT hoje está em São Paulo.

Plínio bomba no Twitter

Enquanto os presidenciáveis que aparecem como favoritos nas pesquisas disputam o título de vencedor do debate de quinta-feira na TV Bandeirantes, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) não tem dúvidas: ele foi o vitorioso.

Sua popularidade, ao menos cibernética, deu um baita salto e ele conseguiu se colocar como grande novidade no cenário - uma novidade com 80 anos de vida e 52 de vida política. "Plínio foi a palavra mais citada no mundo no Twitter. Nem entendo muito bem o que é isso", empolga-se o candidato. "Só sei que é muito compensador."

''Lula trai os iranianos ao não falar das violações''

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva "desrespeita" o povo iraniano ao tratar o líder Mahmoud Ahmadinejad como um amigo e não cobrar de forma concreta mudanças na situação dos direitos humanos no país.

O alerta é do advogado Mohammad Mostafaei, que defendia a iraniana Sakineh Ashtiani condenada por adultério em Teerã. Na semana passada, o advogado de 36 anos fugiu do Irã para a Turquia depois de ter sido interrogado. Ontem, Mostafaei falou ao Estado por telefone. Ele havia sido levado para um centro de detenção nas proximidades de Istambul. Ontem foi liberado e deve seguir viagem na próxima semana para a Noruega. Abaixo, os principais trechos da entrevista:

O que o sr. acha da maior aproximação entre o presidente Lula e Ahmadinejad?

(Risos). Isso é mesmo curioso. Claro que agradecemos o gesto de Lula de oferecer asilo a Sakineh. Mas o que posso dizer é que Lula tem o dever de falar de direitos humanos com Ahmadinejad. O problema não é apenas das famílias iranianas. É da humanidade. Lula trai os iranianos ao não falar das violações. É ainda um desrespeito ao povo iraniano tratar Ahmadinejad como um amigo e não cobrar mudanças na situação dos direitos humanos no país. Mas o governo brasileiro diz que tratou do caso de Sakineh com as autoridades iranianas. Não sei. Não posso dizer até que ponto isso foi tratado de forma séria.

O sr. conseguiu fugir do Irã. Qual será seu futuro?

Já fui autorizado a deixar o centro de refugiados e agora estou sob proteção diplomática. Tudo indica que devo ir para a Noruega. Quando sai, me senti muito aliviado. Mas quando estava a caminho do hotel, funcionários de uma missão diplomática europeia me pararam e disseram que seria muito arriscado me deixar num hotel. Agora, sob proteção diplomática, estou bem. Temo por minha família que ficou no Irã e minha mulher, que continua detida para me forçar a retornar ou me silenciar.

CORREIO BRAZILIENSE

Dilma, a campeã da arrecadação

Em um mês de campanha, os candidatos à Presidência gastaram mais de R$ 16 milhões dos R$ 20 milhões que informaram ter arrecadado. Segundo a primeira parcial de prestações de contas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a petista Dilma Rousseff mantém grande distância à frente dos adversários no quesito recursos para a campanha. Na primeira prestação de contas parcial dos comitês, a arrecadação da ex-ministra bateu as receitas de José Serra (PSDB) e de Marina Silva (PV) juntas.

O comitê financeiro do PT declarou ter recebido R$11,6 milhões (R$ 9,7 milhões registrados diretamente para a candidata) e tem despesas presumidas de R$ 9,5 milhões até agora. Em segundo aparece Marina, com R$ 4,6 milhões arrecadados e R$ 3,4 milhões direcionados a ela; seguida de Serra, com R$ 3,6 milhões em doações para o comitê e R$ 2,5 milhões arrecadados nominalmente. Segundo o relatório apresentado ao TSE, R$ 2,7 milhões foram doados em dinheiro ao PT.

O registro do balanço financeiro das campanhas mostra um pouco da diferença de estratégia das coordenações. Enquanto Marina e Serra reservam grande volume de recursos para a impressão de material de campanha - Marina usou R$ 1 milhão para pagar material impresso e Serra, R$ 472 mil - as despesas de Dilma se concentram em instrumentos virtuais de mobilização.

Apenas a internet, eixo da campanha petista coordenado pelo consultor Marcelo Branco, levou mais de 20% da receita. A criação e a manutenção de páginas na rede são orçadas em R$ 2 milhões, segundo a primeira parcial da prestação de contas de Dilma. A estratégia petista também passa pela abordagem por telefone. No item "publicidade por telemarketing" há registro de despesa de R$ 120 mil.

Discursos longe da realidade

A diferença entre as dimensões de 80 campos de futebol e de apenas um tem o tamanho da divergência de discurso de candidatos em época de eleição. Números são detalhes e brincando com eles pode-se elevar o reajuste do salário mínimo, diminuir valores absolutos de pobres no país e confundir meta com realidade. O jogo vale para camuflar os fatos e parecer pujante diante do eleitorado.

O primeiro debate presidencial mostrou que os dois principais concorrentes ao Palácio do Planalto, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), escorregaram nos dados. Mais exposta, a petista cometeu uma série de erros. Foram, pelo menos, cinco deslizes graves para um administrador público. A maior falta de precisão ocorreu na área de Educação.

Ela, no entanto, derrapou em dados sobre salário mínimo e sobre o número de pessoas que deixaram os níveis de pobreza. A petista afirmou durante o debate que o mínimo, que saltou de R$ 240 em abril de 2003 para R$ 510 este ano, teve reajuste real de 74%. Não é verdade. Segundo estudo do Dieese, levando-se em conta a inflação medida pelo INPC, o reajuste real é de 53,67%. O curioso é que a informação repassada por Dilma é a mesma que o presidente Lula repete à exaustão em seus discursos.

Debate real é o "virtual"

Durante o primeiro debate presidencial, na última quinta, o limite de 140 caracteres, normalmente considerado restritivo para a exposição de ideias, pareceu ainda menor na rede de microblogs Twitter. Em aproximadamente duas horas de confronto entre os candidatos à Presidência, a enxurrada de mensagens postadas parecia incompatível com a audiência televisiva, que teve média de três pontos contra 31 registrados na transmissão em TV aberta do jogo entre São Paulo e Internacional. Foram comentários de políticos, artistas, humoristas e militantes que produziam uma pesquisa qualitativa quase instantânea para os comandos das campanhas.

Poucos minutos antes do início do debate, o nome da candidata do PT Dilma Rousseff figurava nos Trending Topics - ranking dos assuntos mais comentados no Twitter. No entanto, foi só Plínio de Arruda Sampaio (PSol-SP) se apresentar para alcançar o primeiro lugar da classificação do site. À frente, inclusive, do goleiro Rogério Ceni, ídolo do Tricolor Paulista, que estava em campo naquele momento.

O ator Ricardo Pipo, da companhia de comédia Os Melhores do Mundo, acompanhou o debate do início ao fim conectado à rede mundial de computadores. Com cerca de 9,4 mil seguidores, o humorista instigava a plateia virtual com frases como "A Dilma tá mais nervosa que carne de terceira" e "Marina diz que a cara do Serra é feita de madeira ilegal". "Eu vou jogando as frases no Twitter para ver se despertam o interesse das pessoas. Esse é um momento histórico e deveria ser uma discussão nacional. Acho ótimo incentivar esse debate. Um dos meus seguidores, por exemplo, afirmou que eu estava falando tanto dos candidatos que ele deixou de assistir ao jogo para acompanhar essa troca de ideias", ressaltou Pipo.

O retorno do "doce rebelde"

No primeiro intervalo do debate da TV Band, os três principais candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PV) e José Serra (PSDB), arrastaram um batalhão de assessores e colegas de partido para o palco do encontro. O exército ajeitava gravata, mexia nos cabelos, retocava maquiagens, repassava estratégias ao pé do ouvido, entregava documentos. Enquanto isso, Plínio Sampaio (PSOL) tomava café. Duas horas de embate televisivo entre os presidenciáveis tiraram da coxia um personagem na disputa pelo Palácio do Planalto. Exatamente o único a não chegar ao encontro em helicóptero próprio ou levar uma tropa de assessores para uma rodada de perguntas e respostas. "A campanha, para a gente, começou na quinta-feira", comemora Plínio.

Amigo de duas eminências pardas desta campanha, o presidente Luiz Inácio da Silva e o ex, Fernando Henrique Cardoso, o socialista já acordou ontem colhendo os frutos da exposição no debate. Foi acordado às 7h por uma rádio do Amapá. Até as 9h, o celular havia tocado mais duas vezes, conversas que se somaram a mais de um dezena de entrevistas concedidas ao longo do dia. Ganhou 4,5 mil seguidores no Twitter. Chegou a ser o nome mais citado na rede social. O caminho até o debate, contudo, teve dois momentos-chave. O primeiro foi a luta contra o câncer no estômago, travada entre 2000 e 2007, e que custou a retirada de dois terços do órgão. Hoje, a única restrição da doença é o repouso necessário depois do almoço. O segundo momento foi o enfrentamento à indisposição de setores do próprio partido, que não escondiam o desejo de embarcar na candidatura de Marina Silva.

Marina reclama do debate e Serra vai ao NE

A agenda de Marina Silva começou cedo no dia seguinte ao primeiro debate entre os presidenciáveis transmitido pela TV. Logo pela manhã, a candidata do PV à Presidência da República participou da assinatura de um termo de compromisso elaborado pelo Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), no comitê de seu partido. Marina ainda comentou seu desempenho no debate e lamentou a polarização da discussão em torno de seus adversários José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT). Mais tarde, descontraída, ela contou histórias, fez piadas e, ao fim da coletiva, brincou com os jornalistas ao pegar o microfone de uma repórter e simular uma entrevista.

A senadora licenciada, que vem tentando se firmar como uma alternativa ao PT e ao PSDB para o eleitorado, reconheceu que teve pouca chance de expor suas ideias no debate de quinta-feira. "Na prática, o que ficou ali foi o confronto." Para a candidata, o evento refletiu o antigo embate protagonizado por seus adversários. "O que se revelou ainda foi a lógica da situação pela situação e da oposição pela oposição. O Brasil precisa é do encontro", avaliou.

Mais de 150 candidatos na berlinda

O esforço concentrado dos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) em torno do julgamento das candidaturas fez dobrar da noite de quinta-feira até a noite de ontem o número de políticos barrados com base na Lei da Ficha Limpa. Levantamento feito pelo Correio mostra que pelo menos 152 candidaturas foram indeferidas em 20 estados e no Distrito Federal. O número deve aumentar, pois os juízes de São Paulo, maior colégio eleitoral do país, ainda não começaram a julgar as impugnações.

O Ceará é o estado com a maior quantidade de candidaturas rejeitadas - 27. Os principais motivos são contas rejeitadas, perda de direitos políticos por condenação e demissão do serviço público. Outros estados com número elevado de candidatos vetados são Rondônia (24), Minas Gerais (16), Pernambuco (14) e Rio de Janeiro (11).

Cerco à cooptação

A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (PRE-RJ) anunciou ontem que vai investigar a atuação de partidos na cooptação de mulheres para disputar as eleições. A prática é usada por algumas legendas com o objetivo de cumprir a lei que estabelece o mínimo de 30% de candidatos do sexo feminino por partido entre os concorrentes de cada cargo eletivo. A procuradora eleitoral do Rio, Silvana Batini, verificou que algumas candidaturas femininas foram apresentadas sem os mínimos requisitos legais, mas apenas para cumprir a lei.

Petista segue na frente

Uma pesquisa eleitoral divulgada ontem indica vantagem de cinco pontos percentuais para a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, em relação a José Serra (PSDB). A ex-ministra tem, de acordo com o Ibope, 39% das intenções de votos, e o tucano, 34%. Serra e Dilma mantiveram o mesmo desempenho da última sondagem do instituto, divulgada em junho, mas a candidata do PV, Marina Silva, subiu um ponto. Marina agora aparece com 7%. A sondagem registra 7% de votos brancos e nulos e 12% de indecisos. Os demais candidatos não alcançaram 1% da intenção de votos.

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