Para presidente da CPI, há disputa entre Jobim e Félix

O presidente da CPI dos Grampos na Câmara, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), considera que há uma disputa dentro do governo entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix. Segundo o peemedebista, comparando os depoimento de Jobim e de Félix nesta quarta-feira (17), "ficou claro e pacífico é que os dois ministros estão em posição antagônica".

“Esse é um problema, não sei se do governo, é um problema para o presidente da República arbitrar. Nós iremos fazer a perícia”, afirmou o parlamentar, em referência a um laudo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) realizado para verificar se os equipamentos adquiridos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) são capazes, ou não, de realizarem escutas telefônicas.

Por sua vez, Jobim negou qualquer conflito dentro do governo. “Não há nenhuma disputa. Eu não disputo nada. Tenho uma posição clara sobre esse tema”, destacou.

A análise de Itagiba ocorreu após o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) constatar que o general Jorge Félix confirmou à Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência do Congresso, na tarde desta quarta-feira, que Jobim recebeu o laudo. “Estou com a gravação da reunião, se o senhor quiser ouvir”, disse Macris, que participou da reunião com a presença de Félix; do diretor-geral afastado da Abin, Paulo Lacerda; e do diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa.

“Não há necessidade. Eu não recebi”, respondeu Jobim.

Além dessa, outra contradição marcou os depoimentos dos dois ministros. Jobim disse à CPI que foi informado pelo Exército de que a Abin pode possuir equipamentos para realizar grampos telefônicos. Já Félix destacou na Comissão Mista de Inteligência que os equipamentos da Abin apenas "realizam varreduras".  

A sessão foi encerrada há pouco, e segundo o relator da CPI, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), a comissão fará um requerimento para ter acesso ao lado e a todos os equipamentos de interceptação telefônica adquiridos pela Abin. (Erich Decat)

Atualizada às 19h21

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