Documentos de posse do Tribunal de Contas da União (TCU) revelam que o filho de um ex-assessor do Senado e do ministro das Cidades, Márcio Fortes, teria se beneficiado do cargo do pai para aumentar os negócios de sua pequena empreiteira. Segundo o TCU, José Alcino Scarassati teria usado sua influência junto ao governo para ajudar seu filho, o estudante de direito André Scarassati, 26, a incrementar as atividades da empresa Construssati, Serviços e Engenharia Ltda., com a ajuda da mãe, Maria Regina Scarassati, na direção da empreiteira.
Investigações da Operação João de Barro, da Polícia Federal (PF), apontou indícios de tráfico de influência de Alcino, o que levou à sua exoneração do ministério. A João de Barro desbaratou um esquema de desvio de recursos dos projetos de habitação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), área de atuação da pequena empreiteira da família Scarassati.
De acordo com informações compartilhadas pela PF e pelo TCU, a Construssati foi contemplada com um contrato de R$ 5,5 milhões para executar obras de construção de 255 casas populares em Palmas (TO). O dinheiro seria liberado justamente pelo Ministério das Cidades. O contrato que beneficiaria a empresa representa a totalidade do faturamento que a mesma alcançou nos cinco anos de operação, antes da criação do PAC: R$ 5,54 milhões.
Por coincidência, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, nos anos que antecederam o PAC 70% dos demais contratos da Construssati foram firmados para a realização de obras no Senado – onde José Alcino era assessor parlamentar e amigo do atual diretor-geral da Casa, Agaciel Maia. Aposentado desde 1995, o ex-assessor de Márcio Fortes presta assessoria especial para ministros e senadores.