Convidado para retornar à CCJ, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) se mostrou cauteloso antes de decidir se vai assumir a antiga função. Ele disse que pretende conversar com Jarbas Vasconcelos (PE), outro peemedebista que teve sua vaga devolvida.
O senador teme que a aceitação seja considerada uma barganha para votar a favor da CPMF na comissão e trabalhar pela absolvição de Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente da Casa que responde a três processos no Conselho de Ética. “Eu tenho de voltar sem essas interrogações”, afirmou Simon, por volta do meio-dia de hoje (11).
Segundo o senador, o líder do PMDB, Valdir Raupp (RO), não fez exigências para seu retorno. Simon também não estabeleceu condições à sua volta. Ele julga ser desnecessária a garantia de atuar de forma independente. “É natural. Não vou pedir independência.”
Médico
Entretanto, ele considerou positiva a decisão de Raupp de reconduzi-lo à CCJ. Acredita que isso pode aliviar a tensão na Casa, por conta dos processos contra Renan. Entretanto, Simon não supõe que o afastamento da presidência garanta ao acusado a absolvição das denúncias.
O senador admitiu que não suportaria o desgaste físico por que passa Renan. “Se ele consultasse o médico dele, o médico diria que ele está à beira do estresse”, avaliou Simon, que acredita que o alagoano pode sofrer até com depressão por conta da crise vivida pela Casa e por ele. (Eduardo Militão)