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Congresso em Foco
6/10/2007 | Atualizado 7/10/2007 às 8:13
Mais uma denúncia contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), promete incendiar de vez o ambiente no Congresso. Agora, o peemedebista é acusado pela revista Veja e pelo Jornal Folha de S. Paulo de ter armado uma operação para espionar os senadores por Goiás Demóstenes Torres (DEM) e Marconi Perillo (PSDB). “Ambos tiveram a vida privada devassada nos últimos três meses”, diz a publicação semanal.
Os dois parlamentares goianos desempenham papel de destaque na oposição contra o presidente do Senado. Renan também é apontado como articulador da substituição de dois senadores do seu partido, Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcelos (PE), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) (leia mais). Simon e Jarbas não escondem a postura independente em relação às orientações da sigla e defendem que Renan se licencie do cargo até que as denúncias que pesam contra ele sejam analisadas devidamente.
Segundo a mais recente denúncia contra o senador alagoano, o esquema foi montado pelo assessor especial de Renan Francisco Escórcio, que é um ex-senador peemedebista. Ele queria a ajuda do empresário goiano Pedro Abrão, dono de um hangar e de uma empresa de aviação em Goiânia, para grampear os telefones dos dois senadores e captar imagens deles embarcado em jatinhos de empresários.
Contudo, a suposta tentativa de espionagem não funcionou porque Abrão, que é amigo de Demóstenes, telefonou para o senador e avisou sobre o esquema.
“Os arapongas planejaram instalar câmeras de vídeo em um hangar de táxi aéreo no Aeroporto de Goiânia para filmar os embarques e os desembarques dos parlamentares. O objetivo era tentar flagrar os senadores em alguma atividade ilegal para depois chantageá-los em troca de apoio”, diz Veja.
“No dia 24 passado, o assessor se reuniu em Goiânia com os advogados Heli Dourado e Wilson Azevedo. Discutiram uma estratégia para criar uma situação que comprometesse os senadores Perillo e Demostenes. Um dos advogados disse que a melhor maneira de constranger os senadores oposicionistas era colher imagens deles embarcando em jatos particulares pertencentes a empresários da região. Um dos presentes lembrou que os vôos eram feitos a partir do hangar da empresa Voar, cujo proprietário é o ex-deputado Pedro Abrão, um ex-peemedebista”, complementa a publicação semanal.
Renan não foi localizado pela Folha e não quis falar com a Veja.
Quinta representação
A tentativa de espionagem pode render contra Renan a quinta representação no Conselho de Ética. Sob ele já pesam acusações de ter favorecido uma cervejaria com dívidas no INSS; de ter usado laranjas para comprar empresas de comunicação em Alagoas; e de ter sido beneficiário de um suposto esquema de desvio de verbas em ministérios controlados pelo PMDB.
"Essa história é muito grave e, se confirmada, vai ser alvo de uma nova representação do meu partido contra o senador Renan Calheiros", afirmou Marconi à Veja.
Por sua vez, Demóstenes solicitará uma reunião com as lideranças do DEM para decidir qual será a posição do partido em relação à nova denúncia. "É intolerável sob qualquer critério que o presidente utilize a estrutura funcional do Congresso para cometer crimes", ressaltou Demóstenes à revista semanal. (Rodolfo Torres)
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