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Conselho abre hoje processo contra Mário de Oliveira

28/6/2007
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A deputada Solange Amaral (DEM-RJ) será a relatora do processo por quebra de decoro parlamentar do deputado Mário de Oliveira (PSC-MG), acusado pela Polícia Civil de São Paulo de contratar um matador profissional para assassinar o também deputado Carlos Willian (PTC-MG).

 

O PTC, partido de Willian, entrou ontem (dia 27) com uma representação contra Oliveira no Conselho de Ética. O presidente do colegiado, Ricardo Izar (PTB-SP), indicou a deputada fluminense. “Ela é advogada, é uma pessoa séria e competente para relatar o caso”, disse.

 

Hoje o conselho vai notificar Mário de Oliveira, que terá cinco sessões para fazer sua defesa prévia – prazo que deve durar duas semanas. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), havia pedido para o corregedor da Casa, Inocêncio Oliveira (PR-PE), presidir uma sindicância interna para analisar o caso.

 

Mas, em decorrência da abertura do processo no Conselho de Ética, ela foi cancelada. O Supremo Tribunal Federal (STF) também investiga o caso, já que envolve parlamentar, que tem a prerrogativa do foro privilegiado.

 

Mário de Oliveira negou que tenha envolvimento no caso e alegou que tudo não passa de uma armação. “Vou apresentar minha defesa. Sem dúvida nenhuma tudo isso será esclarecido”, disse. Ele confirmou ter sido aliado de Willian, e afirmou, sobre o rompimento com o colega mineiro, que é normal haver “desentendimento”.

 

Carlos Willian diz que não quer punir ninguém: “Minha maior vitória foi ter escapado da morte”. Ele e sua família estão sob proteção policial.

 

Ontem, o deputado do PTC se reuniu com a presidente do STF, Hellen Gracie. Ainda nesta quarta-feira, o ministro Sepúlveda Pertence aceitou o processo e o encaminhou para o procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, para que ele se pronuncie sobre o episódio.

 

Entenda o caso

 

De acordo com investigações da Polícia Civil de São Paulo, o deputado Mário de Oliveira, que é presidente da Igreja do Evangelho Quadrangular, contratou, por R$ 150 mil, o pistoleiro Alemão para matar Carlos Willian.

 

A última tentativa de assassinar Willian teria ocorrido na última quinta-feira, na MG-10, estrada que liga o aeroporto de Confins a Belo Horizonte. O deputado veio de Brasília na comitiva do presidente Lula e não em vôo de carreira.

 

Em depoimento à policia, Odair da Silva, freqüentador da Igreja do Evangelho Quadrangular, contou que contratou o pistoleiro a pedido do chefe de comunicação da igreja, Celso Braz do Nascimento, subordinado de Oliveira.

 

As desavenças ente Carlos Willian e Mário de Oliveira começaram por conta da administração da Fundação Educativa Quadrangular. As divergências se intensificaram quando Oliveira não conseguiu se eleger senador em 2002 e Willian foi o deputado federal mais votado entre os candidatos da Igreja Quadrangular.

 

Por decisão de Mário de Oliveira, Willian deveria renunciar ao cargo para que em seu lugar assumisse o suplente Antônio Carlos de Moraes, vereador e pastor da igreja em Ipatinga. Oliveira, no entanto, nega que tenha pedido que ele renunciasse. Willian acabou tomando posse, mas foi suspenso de todas as atividades que exercia na Igreja do Evangelho Quadrangular.

 

Em 2006, já longe da igreja, Carlos Willian se reelegeu. Na mesma eleição, Mário de Oliveira voltou à Câmara para o sexto mandato. No dia da posse, em fevereiro de 2007, Willian diz ter sido ofendido por Oliveira. Por isso, alega, entrou com a representação contra o colega na Corregedoria da Casa e com um processo por danos morais. (Lucas Ferraz)

 

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