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Congresso em Foco
27/6/2007 | Atualizado às 17:42
Em pronunciamento feito na tarde de hoje (27) da tribuna do Senado, o ex-presidente do Conselho de Ética da Casa Sibá Machado (PT-AC) tentou explicar o motivo de sua renúncia do cargo, anunciada ontem à noite (leia mais).
Sibá afirmou que, desde terça-feira, começou a sentir que suas decisões não estavam agradando aos colegas do conselho. “Alguns senadores que compõem a maioria estavam incomodados com os meus encaminhamentos desde a última reunião do conselho."
"Senti também que os encaminhamentos para a reunião desta quarta-feira perturbaram ainda mais alguns senadores. Junta-se a isso a incompreensão de parte da oposição com a condução dos trabalhos, além do fato de ver que o processo foi contaminado por interesses que vão além do objeto da representação." Sibá complementou: “Por tudo isso, entendi não poderia mais continuar à frente dos trabalhos do conselho". O senador afirmou, ainda, que fez todos os esforços para que as investigações tivessem um curso “normal”.
“Nesses quatro anos e meio em que estou aqui no Senado, procuro cultivar dois valores de fundamental importância, que aprendi com minha mãe e que guiam meus passos não só na vida pública, mas em todos os meus espaços de convívio social: a humildade e a lealdade. São dois registros de conduta que considero inseparáveis. Entretanto, minha humildade e minha lealdade nunca deverão ser confundidas com subserviência!”
Sibá disse ter se esforçado para escolher o relator da representação do Psol contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) – acusado de aceitar que o lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, pagasse a pensão de sua filha com a jornalista Mônica Veloso. Mas o ex-presidente do conselho afirmou ter optado por não indicar um petista para o cargo porque percebeu “que não seria justo que o partido assumisse simultaneamente as duas funções [relatoria e presidência]”.
Apartes
Sibá recebeu apoio de diversos senadores, tanto da base do governo quanto da oposição. A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), afirmou que ele “orgulha a bancada do PT”. A petista classificou o trabalho do senador no colegiado como “correto, justo, tranqüilo e firme”. “Sei que esta renúncia se deve à falta de condições para que Vossa Excelência pudesse dar continuidade ao trabalho. As condições, quem dá é o coletivo da Casa. Vossa Excelência demonstrou principalmente na última semana toda busca para encontrar o melhor caminho”, afirmou Ideli.
O líder do PSDB na Casa, senador Arthur Virgílio (AM), afirmou que Sibá estava “reunindo condições para se tornar um presidente independente do Conselho de Ética”. “Vossa Excelência adotou um gesto que eu só tenho que respeitar. Que ele seja entendido como uma manifestação de vontade”, disse. Para Virgílio, a renúncia de Sibá “representa um pouco o erro que outros cometeram”.
O aparte mais áspero foi do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Apesar de afirmar que as virtudes de Sibá se sobressaem aos seus defeitos, o peemedebista afirmou que o petista lhe parecia “ingênuo” e que o Conselho de Ética fez “trapalhadas”. Uma delas, na opinião de Vasconcelos, foi não ter indicado o nome do senador Pedro Simon (PMDB-RS) para o colegiado.
De acordo com o senador de Pernambuco, “a imagem do Senado está maculada” com as denúncias de corrupção envolvendo senadores. Para Vasconcelos, mais do que sangrando, o Senado está “fedendo”. “O Congresso não pode mergulhar mais na lama do que já está mergulhado. Esta situação está ficando insuportável. O Senado tem que tomar providências, doa a quem doer.”
De acordo com o senador Valter Pereira (PMDB-MS), o Conselho de Ética precisa de um código de processo bastante claro. “Toda vez que falta a norma jurídica, ocorre a insegurança”, disse.
Por fim, o senador Renan Calheiros afirmou que Sibá conduziu seus trabalhos no colegiado com isenção e transparência. Em seguida, iniciou a Ordem do Dia. (Carol Ferrare, Lúcio Lambranho e Rodolfo Torres)
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