Renan diz que "influências políticas" afetam processo
Congresso em Foco
27/6/2007 | Atualizado às 19:33
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Antônio Cruz/ABr
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje (27) que “influências políticas” estão interferindo na condução do processo de cassação a que ele responde no Conselho de Ética.
“Se a questão política está contaminando a situação, é (porque) um partido tenta fechar questão no Conselho de Ética. Isso nunca houve, porque o conselho tem que julgar com as provas. Se há tentativa de influenciar politicamente, vocês sabem de onde vem", afirmou.
A alusão feita por Renan tem endereço certo: o DEM (ex-PFL), que divulgou nota ontem (26) pedindo que ele se licencie da presidência do Senado até que o Conselho de Ética o declare inocente da acusação de ter despesas pessoais pagas por um lobista.
Autor de um voto em separado pedindo o aprofundamento das investigações, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) reagiu à insinuação de Renan. “Se há jogo político, não é do Democratas. Quem travou o processo foi o próprio Renan Calheiros. Temos acusação por quebra de decoro. O resto faz parte do jogo político deles”, respondeu.
Renan não só negou que esteja interferindo na condução dos trabalhos do Conselho de Ética, como criticou o rumo tomado pelas investigações. “O Conselho de Ética tem de julgar de acordo com as provas. Nós apresentamos todas as provas em contrário. Não se trata de acabar logo. Isso é irrelevante. Relevante é que a verdade prevaleça. Não adianta o Conselho de Ética ficar fingindo que está cumprindo seu papel na plenitude e ficar essa zona cinzenta.”
O senador alagoano não quis comentar a renúncia de Sibá Machado (PT-AC), que renunciou ontem à presidência do Conselho de Ética. "Essa coisa é do Conselho. Não é comigo. Tem que perguntar ao Conselho", afirmou.
O DEM aguarda apenas a chegada a Brasília do senador Adelmir Santana (DEM-DF), vice-presidente do Conselho, para definir que posição tomar. Adelmir, que retorna de uma viagem a São Paulo, presidirá a reunião convocada para as 18h30 no lugar de Sibá. (Lúcio Lambranho)
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