O risco de ser derrotado na sessão de hoje do Conselho de Ética do Senado levou o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), a admitir primeiro a realização de perícia nos documentos apresentados por sua defesa, depois a coleta de depoimentos de Cláudio Gontijo e do advogado da jornalista Mônica Veloso, Pedro Calmon Filho.
Questionado por jornalistas sobre o aparente revés, o presidente do Congresso respondeu apenas: "Fui eu que pedi".
Inicialmente defendida exclusivamente por oposicionistas, a continuidade das investigações foi decidida hoje mediante sugestão do próprio Renan, que ligou repetidas vezes para o líder do governo, Romero Jucá (PMDM-RR), durante a sessão. Renan chegou a pedir à esposa do senador Epitácio Cafeteira, relator da representação do Psol no conselho, que convencesse o marido a também aceitar o adiamento da votação do relatório para terça-feira (19).
"Vou concordar, em homenagem à minha esposa, a quem eu devo a vida. Mas eu não modifico uma linha, uma vírgula do meu parecer [pelo arquivamento]. Atendendo a um pedido da minha mulher, eu concordo em prorrogar", disse Cafeteira ao finalmente concordar com a suspensão da Sessão. (Lúcio Lambranho)