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Congresso em Foco
6/6/2007 | Atualizado às 18:54
Lucas Ferraz
Segundo o autor de novelas da Rede Globo Sílvio de Abreu, o que influencia o moral e a ética da população é o país, e não as telenovelas. Esta é uma das conclusões do debate ocorrido nesta quarta-feira (6) no Senado, sobre a influência da televisão, em especial das telenovelas, no comportamento ético e moral da população.
Debate que foi esvaziado com a reunião do Conselho de Ética, em uma sala ao lado, que definiu a abertura do processo contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) (leia mais). Além de Sílvio de Abreu, autor de novelas como Belíssima e Rainha da Sucuta, participaram o filósofo Roberto Romano, professor da Unicamp e Gabriel Priolli, presidente da Associação Brasileira de TV Universitária (ABTU).
O motivo da audiência, convocada pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), foi uma entrevista concedida por Abreu à revista Veja, em 2006. Entre outras coisas, ele afirmou que pesquisas internas da Globo detectaram um “afrouxamento nos valores e princípios éticos e morais” da população brasileira. “Os telespectadores não valorizam tanto a retidão de caráter”, disse na época. “O moral do país está torto”, completou.
“As novelas são um espelho da sociedade”, afirmou Sílvio de Abreu, diante de cinco senadores que acompanhavam a sessão. Para ele, são os recentes escândalos que contribuem para deixar o moral do país em “frangalhos”, e não as novelas. Roberto Romano destacou a importância que um autor de novelas tem na pregação de uma ética para a população.
“Novelas e notícias mudam as opiniões”, diz. Segundo ele, a corrupção abordada pelos folhetins ainda é pouco face o verificado na realidade. Sílvio de Abreu, no entanto, diz que para mostrar o “lado bom precisa mostrar também o ruim”. “Novela não muda as pessoas intelectualmente. Ela vende, põe as coisas em moda, sendo influente superficialmente”, declarou.
Para Gabriel Priolli, a TV tem grande responsabilidade nessa “ética torta” a que se referiu Sílvio de Abreu, citando também que é feita uma dramatização pela mídia. Pedro Simon, contudo, foi exagerado, na definição de Romano, ao dizer que a “corrupção está influenciando a sociedade brasileira, está mudando o modo de vida”.
Para encerrar a conversa com o Congresso em Foco sobre corrupção e telenovela, o professor da Unicamp citou uma famosa frase de Otto von Bismarck, líder político alemão do século 19: “Os cidadãos não poderiam dormir tranqüilos se soubessem como são feitas as salsichas e as leis”.
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