Entrar
Cadastro
Entrar
Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
7/3/2007 | Atualizado 8/3/2007 às 5:43
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), presidente da Câmara, anunciou no início da noite de hoje (7) a criação da CPI do Apagão Aéreo, que investigará as causas, as conseqüências e os responsáveis pelo acidente com o Boeing da empresa aérea Gol, em setembro do ano passado, que vitimou 154 pessoas.
A CPI, que contou com a assinatura de 211 deputados, também investigará o atraso nos vôos nos diversos aeroportos do país após o episódio, considerado o maior acidente aéreo da história brasileira.
A Comissão será composta por 23 parlamentares titulares, mais 23 suplentes. Contudo, como não houve acordo da liderança do PT em relação à legitimidade da comissão, os líderes partidários se reuniram no gabinete da presidência da Câmara para buscar uma definição sobre o tema.
A solução encontrada pelos parlamentares foi a obstrução dos trabalhos. Os deputados decidiram marcar uma sessão extraordinária para amanhã (8), às 10h, para discutir o pedido de efeito suspensivo de criação da CPI, feito pelo líder do PT na Casa.
Arlindo perde a calma
Após o pedido de efeito suspensivo da CPI do Apagão Aéreo por parte do líder do PT na Câmara, deputado Luiz Sérgio (RJ), Chinaglia afirmou que o pedido seria encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para que, após a análise da CCJ, o Plenário decidisse sobre o efeito suspensivo. "Essa CPI não traz, como determina a Constituição e o regimento desta Casa, fato determinado e prazo certo para investigação", disse o líder petista.
Com a possibilidade de um adiamento da criação da CPI, o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) afirmou que a biografia de Chinaglia não o autorizava a impedir a criação de uma CPI. "Isso é um absurdo contra a minoria", afirmou Aleluia. O pefelista elevou o tom de voz, e o presidente da Câmara, também com o tom de voz elevado, respondeu que o regimento da Casa estava sendo mantido.
Por sua vez, o deputado Fernando Coruja (PPS-SC), declarou que se a CPI não fosse instalada, a oposição poderia recorrer ao Supremo Tribunal Federal para que a comissão fosse efetivada.
Embate
"Quero saber qual é o medo do governo e da base aliada para instalar essa CPI. Estou curioso", definiu o ex-líder do PSDB Jutahy Júnior (BA). "Neste momento é completamente desnecessária essa CPI. É só ver as providências tomadas pelo governo sobre a questão", argumentou o deputado Carlos William (PTC-MG).
"Nós aqui estamos pedindo para que a dúvida seja esclarecida na Comissão de Constituição e Justiça. Não estamos retirando o direito da minoria e sim tirando as dúvidas no local adequado que é a CCJ", defendeu Luiz Sérgio.
Em relação à manifestação de Jutahy Júnior, o ex-líder do PT deputado Henrique Fontana (PT-RS) disse que a discussão teria que ser feita por inteiro e questionou os oposicionistas. "Por que então o PSDB e o PFL tem medo da criação da CPI em São Paulo para investigar o acidente do Metrô?", disparou Fontana.
Um dos únicos deputados da base aliada a defender a criação da CPI e a rejeição do efeito suspensivo do PT foi o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ). "Eu não percebo nenhum ataque ao governo do presidente Lula nesse requerimento, se não, não teria assinado. Não há como dizer que não há fato determinado", disse o deputado do PDT.
Sobre uma pergunta do deputado Nelson Pelegrino (PT-BA) em relação à CPI dos Bingos, que teria sido usada como disputa política pela oposição, Miro Teixeira respondeu que a CPI dos Bingos foi instalada pelo Supremo Tribunal Federal, numa clara referência a obstrução travada pelo governo Lula no primeiro mandato sobre a CPI do Senado.
"Quantos acidentes de carros aconteceu por dia no Brasil? Por que a oposição não pede a instalação da CPI do automóvel? Por que não se pediu a criação de uma comissão especial? Essa é a prova da intenção política da CPI", questionou o deputado Silvio Costa (PMN-PE).
O tom conciliador no debate antes da votação foi dado pelo deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), parlamentar que fez parte da comissão da Câmara que investigou o acidente da Gol na legislatura passada.
"A CPI não tem chance de fazer mal ao governo. O momento é de conversa e não de briga", defendeu Gabeira. Segundo o deputado do PV, o material recolhido logo após o acidente aéreo mostra a incapacidade do Brasil de se adequar às rápidas exigências tecnológicas do setor.
Sem acordo
Após muito debate, Chinaglia suspendeu a sessão por 15 minutos para tentar buscar, com oa líderes, um acordo sobre a criação da CPI do Apagão Aéreo. No entanto, a reunião no gabinete da presidência da Câmara não surtiu efeito.
Ao sair do encontro, Luiz Sérgio reafirmou a sua argumentação. Para ele, ainda não existe um fato determinado para a criação da CPI.
“Não se pode criar uma CPI para fazer palanque, para se falar o que quiser somente por uma disputa política. O nosso recurso, a CCJ, é para deixar muito claro o objeto da investigação”.
O deputado petista também encontrou problemas no termo “Apagão Aéreo”, ao considerá-lo muito impreciso. “O termo permite que cada cidadão conclua o que quiser”, declarou. (Lúcio Lambranho, Ricardo Taffner e Rodolfo Torres)
Temas
DEFESA DO CONSUMIDOR
Lula sanciona lei que cria novos direitos para clientes de bancos
RESOLUÇÃO DERRUBADA
Veja como cada deputado votou no projeto sobre aborto em crianças
PROTEÇÃO À INFÂNCIA
Governo critica projeto que suspende norma sobre aborto legal infantil