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O Carnaval de quem está no serviço

Congresso em Foco

19/2/2007 | Atualizado às 13:13

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Rodolfo Torres

 
“Pior seria se não tivesse trabalho”, respondeu Airton Silva, 27 anos, há três anos trabalhando como porteiro em um modesto prédio residencial de Brasília. Na madrugada do domingo de Carnaval, resolvi perguntar a ele como se sentia trabalhando naquela data tão festiva para todo o país.

Segundo ele, este Carnaval não está tão animado quanto o do ano passado. Ao menos, no que se refere aos risos dos casais que celebram seu amor nos mais diversos apartamentos. Algumas mulheres, segundo o próprio Airton, “amam demais” e chegam a incomodar vizinhos, que registram queixas de seus suspiros na madrugada em um caderno de capa preta que existe há quase quatro anos.

Também no ano passado, um dos moradores de uns dos blocos de apartamento se matou durante o Carnaval. Por enforcamento. Só deram conta de sua falta depois que o cheiro denunciava ao corredor que seu corpo já não tinha mais vida há dias.

Já para Cleiton Rodrigues, 35 anos, há apenas oito meses no ofício, o período carnavalesco longe da mulher é a parte mais dolorida deste período. Logo ele, que trabalha à tarde, mas que teve que substituir um colega de trabalho justamente quando é Carnaval.

“As coisas não estão fáceis. Não dá para dizer que não vai trabalhar”diz Cleiton, soprando para esfriar o café forte e doce que os porteiros costumam beber para conseguir suportar em claro as noites de trabalho.

Questiono se eles têm vontade de brincar o Carnaval. Ambos confessam que até gostariam, mas dois motivos são alegados para que, se estivessem em casa, não fossem para a folia: a falta de dinheiro e a falta de segurança. “Onde eu moro, menino de 12 anos anda com revólver na cintura e cigarro de maconha na boca”, diz Cleiton. “Teve um menino que chegou do Piauí há pouco tempo. Era um bobão. Mas ele começou a andar com a malandragem e já matou dois por causa de droga”, complementa.

Em relação aos Carnavais inesquecíveis, Airton confessa que seu tempo de folião já passou. “Eu nem me importo mais em ficar aqui trabalhando enquanto o pessoal está brincando. Até porque tem coisa que só o porteiro sabe, só o porteiro vê”, declarou, com um ar de quem se diverte com os seus segredos exclusivos.

Pedi um exemplo, que não demorou para sair. “Tem muito rapazinho aqui que se veste bem, que faz academia, que as meninas babam por eles, mas que são bancados pelos coroas. Homens casados, ricos, que têm carrão”. O porteiro exemplifica encontros entre os garotos e os homens maduros. “Eles vivem brigando aqui na portaria, na frente de todo mundo. É muito embaraçoso”.

Neste Carnaval, apenas um caso chamou a atenção da portaria. Mulher casada, já com os filhos criados, não viajou com a família. De vez em quando ela sai com uma alegria incontida. Outras vezes, um rapaz vai visitá-la em seu apartamento. “Ela parece bem mais feliz agora”, confessou Airton. 

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