O número de empregos formais criados ao longo do primeiro governo Lula foi quase seis vezes superior ao balanço registrado pelos dois mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Entre 2003 e 2006, foram criados 4,651 milhões de empregos com carteira assinada em todo o país.
Já nos oito anos de FHC, o saldo registrado foi de 797 mil novas vagas – queda de 1,018 milhão no primeiro mandato e criação de 1,815 milhão no segundo. Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, e representam a diferença entre o total de trabalhadores admitidos e demitidos no período.
Apesar do balanço favorável, o Caged indica que, em 2006, houve queda de 2% na geração de empregos com carteira assinada (1,229 milhão) em relação ao ano anterior. Em 2005, o número de empregos formais criados já havia sofrido queda de 17,7% ante 2004, melhor ano do governo Lula para o mercado de trabalho.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, classificou como "razoável" o desempenho de 2006, mas disse que o resultado poderia ter sido melhor se não fosse a política cambial e de juros do Banco Central. "O ano poderia ter sido melhor se a gente tivesse conseguido ter juro menor e um câmbio ajustado para as necessidades nacionais", disse. Para ele, o atual modelo do BC é "insuficiente" ao mirar só na meta de inflação.
Em 2002, o então candidato Lula falava na geração de 10 milhões de empregos. Ontem, Marinho voltou a negar que isso fosse uma promessa. "Se você olhar o programa de governo, não tinha escrito lá os 10 milhões. O que foi debatido foi a necessidade de gerar a ordem de 10 milhões de empregos."
Segundo o ministro, levando em conta os empregos do funcionalismo público e do setor militar, foram criados 8,5 milhões de vagas formais em quatros anos. O número exato deve ser divulgado no segundo semestre.