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Congresso em Foco
26/1/2007 | Atualizado 3/2/2007 às 19:11
A cearense Maria Lúcia decidiu sair de Sobral aos 27 anos para passar um tempo em Brasília. De acordo com ela, não tinha serviço por aquelas bandas e o jeito era sair para algum lugar que oferecesse mais oportunidade. E lá se vão 20 anos... De Congresso, são quatro anos de trabalho como auxiliar de serviços gerais, recebendo por mês algo mais do que um salário mínimo.
Durante essas duas décadas, ela retornou ao seu lugar de origem apenas duas vezes. No dia em que conversamos, ela saiu de sua casa, como de costume, às 5h 30 da manhã. Antes de deixar o lar para mais aquele dia de trabalho, bebeu uma xícara de café puro e comeu dois biscoitos de água e sal.
Ela chega à sua casa, diariamente, antes das 18h e consegue enxergar o maior espetáculo da capital: a aurora. E como já dizia o urbanista Lúcio Costa, “o céu é o mar de Brasília”. Maria é evangélica e a sua rotina se divide entre os afazeres domésticos, o trabalho no Congresso Nacional e a igreja, que sempre freqüenta após o trabalho.
O seu filho André, de 16 anos, lhe preocupa por não querer estudar. Ele ainda está na sexta série e divide seu tempo entre assistir à televisão e jogar bola com os amigos. “Eu queria que ele tivesse um futuro”, declara Maria também classifica as meninas de sua rua como “sem-futuro”. “Ele tá começando a querer namorar”, revela, com semblante de mãe preocupada.
De vez em quando, revela, bate uma saudade em relação à época em que ela morava no Ceará. Segundo ela, eram tempos de diversão, principalmente os forrozinhos que freqüentava.
No dia em que nós conversamos, uma sexta-feira, ela não iria para a igreja depois que chegasse à sua casa. Seu programa naquela noite seria assistir à novela das nove, acompanhada de um copo de leite quente. Atualmente, ela está solteira. “Às vezes eu penso em encontrar um companheiro, para compartilhar o dia-a-dia, porque não é fácil...”. E logo em seguida, complementa: “Mas às vezes homem enche o saco”.
Um outro trabalhador
Pedro nasceu em Ribeiro Gonçalves, no Piauí, há 40 anos e está em Brasília há sete. Veio para cá, como tantos outros, na esperança de conseguir um trabalho, coisa cada vez mais rara em tanto lugar bom por aí, principalmente para quem estudou até a quinta série do primário. O piauiense é colega de trabalho de Maria Lúcia e está no serviço há sete anos.
De segunda a sexta, ele acorda às 4h 30 da manhã e leva mais ou menos uma hora para chegar ao trabalho. “Tem vezes que eu pego dois ônibus, mas hoje foi só um”, afirmou. Retorna ao lar, um pouco cansado, no final da tarde.
Naquele dia, Pedro comeu apenas um pão sem manteiga, e dormido, antes de sair de casa. Não tomou café, nem leite. Apenas e tão somente o pão puro.
Casado há seis anos, pai de três filhos (Pedro Henrique, Mirele e Ana Clara), o trabalhador piauiense não gosta de futebol e gostaria de ter sido advogado, “porque é uma coisa muito importante”. Pedro gosta de ficar em casa com a sua família, e assim como Maria Lúcia, encontra na TV uma das principais formas de lazer.
De vem em quando, ele se reúne os vizinhos, que são “como parentes”, e organiza um churrasco para melhorar a vida. Ele espera que seus filhos sejam honestos e trabalhadores. Principalmente a Ana Clara, que com apenas um ano de vida, já consegue dar mais trabalho para a mãe do que os outros dois juntos.
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