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Ex-comandante da Aeronáutica relatou à PF ter sido pressionado por Carla Zambelli para participar de golpe em favor de Bolsonaro. Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Em seu depoimento à Polícia Federal (PF) para o inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e a cúpula de seu governo, o ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro Carlos Baptista Junior, citou a deputada Carla Zambelli (PL-SP). Ele contou que foi pressionado por Carla, em dezembro de 2022, a ficar "ao lado" do ex-presidente, o que ele entendeu como referência ao golpe.
O encontro dos dois, segundo Baptista, aconteceu no dia 8 de dezembro, momento em que o brigadeiro afirmava já sofrer pressão de militantes bolsonaristas em suas redes sociais para realizar um golpe de Estado. Ele estava na Academia da Força Aérea, no interior de São Paulo, participando de uma cerimônia de formatura de novos oficiais.
Confira a íntegra do depoimento do tenente-brigadeiro Baptista Junior
Após a formatura, ele relata ter sido abordado pela parlamentar, afirmando que ele não poderia “deixar o presidente Bolsonaro na mão”. À PF, Baptista Júnior alegou ter dito em resposta que entendeu o que ela queria dizer, e que não admitiria “qualquer ilegalidade” proposta por ela.
Poucos dias depois, ao voltar à capital, informou o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, sobre a cobrança de Zambelli. O general respondeu ter recebido relatos semelhantes dos comandantes das outras forças.
Em nota emitida por sua assessoria de imprensa, Carla Zambelli afirma desconhecer os fatos ao redor da minuta de golpe de Estado que é o tema principal da investigação, que “jamais anuiria, pediria ou solicitaria algo irregular, imoral ou ilícito”, não se recorda dos fatos reportados pelo tenente-brigadeiro e “se, porventura, pediu acolhimento, o fez por causa da derrota nas eleições, apoio que seria perfeitamente plausível naquele momento”.