No primeiro encontro do diretório nacional do PT após sua reeleição, o presidente Lula fez um apelo, nesta manhã em São Paulo, à militância do partido para que a legenda volte a ser exemplo para o país. Para o petista, é necessário conter a "volúpia" dos interessados em ingressar na sigla.
"O PT precisa voltar a ser exemplo neste país. Sou muito aberto, mas como governo temos de olhar essa volúpia de gente que quer entrar no PT", declarou. "Sair da encalacrada que nós saímos, não nos dá liberdade e sim obrigação de sermos muito mais exigentes com o movimento, cobrar muito mais de nós mesmos", completou.
Segundo Lula, o PT conseguiu superar um grave momento de crise e, depois de muitos acreditarem que a legenda tinha acabado, ela "ressurgiu das eleições tão ou mais forte do que antes". "Quero participar, não quero ficar sabendo das coisas pela imprensa, quero uma participação mais direta", afirmou.
Lula voltou a dizer que, agora, não terá mais de se comparar aos oito anos governo de Fernando Henrique Cardoso. "Nós vamos tomar posse em 1º de janeiro e não vamos mais nos comparar ao governo passado e sim aos nós mesmos. Se em quatro anos nós já batemos os oito deles, só nos resta isso", afirmou.
O petista defendeu ainda uma nova relação com o Congresso Nacional e com os movimentos sociais e disse que jamais se afastará do partido. "Diziam: o PT acabou. E o PT ressurgiu tão ou mais forte. Agora dizem que eu vou deixar o PT. Mas como posso sair do PT, se o PT não sai de mim?"
O presidente voltou a destacar a necessidade de se fazer um governo de coalizão e afirmou que ainda não definiu nomes para os ministérios. "Dos cargos de confiança, em 70 % não mexemos. Essas críticas são feitas para que deixemos eles lá. Não podemos aceitar divergências que colocam em nossa boca."