Protógenes diz que vai recorrer de punição da PF
Congresso em Foco
7/11/2009 13:29
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O delegado Protógenes Queiroz diz que vai recorrer da punição que sofreu da Polícia Federal já na segunda-feira (9). Segundo o delegado, ele foi demitido da corporação. O Ministério da Justiça afirma que Protógenes foi apenas suspenso por 60 dias, período em que não poderá receber salários.
O policial que comandou a Operação Satiagraha - que, até agora, resultou na condenação do banqueiro Daniel Dantas por corrupção passiva - responde a processo disciplinar por participar de um programa eleitoral em Poços de Caldas (MG) em 2008. Protógenes gravou depoimento em vídeo apoiando o candidato a prefeito Paulo Tadeu (PT). O delegado pediu recursos para a construção de uma delegacia da PF na cidade. Em abril deste ano, Protógenes foi afastado da instituição.
Protógenes disse que a decisão sobre sua demissão será publicada no Diário Oficial da União e no boletim interno da corporação. "É um ato indigno, uma injustiça, que atenta contra a democracia. Vou buscar reparação na Justiça. É um dano não só contra o Protógenes, mas contra a democracia", afirmou o delegado, durante o 12º Congresso do PCdoB, em São Paulo, segundo a Agência Estado.
O delegado afirma que o vídeo utilizado como prova contra ele é uma montagem constatada por uma perícia. "É uma prova imprestável", afirmou. Protógenes disse que sua demissão foi "orquestrada" pela direção da Polícia Federal.
Dinheiro do exterior
A Operação Satiagraha foi comandada por Protógenes e identificou um esquema de recebimento ilegal de dinheiro do exterior para o Brasil por meio de fundos do banco Opporuntitty, dirigido por Daniel Dantas. Os estrangeiros têm isenção fiscal ao investir no Brasil, mas os clientes do banco eram brasileiros tentando driblar o pagamento de impostos, segundo a PF.
No relatório de Protógenes, surgiram denúncias e suspeitas contra diversas autoridade do governo e do Congresso, alguma sem o devido esclarecimento. O delegado acabou afastado do caso e foi substituído por Ricardo Saadi.
O caso está sob análise da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que, até agora, já condenou Dantas por corrupção passiva. Em meio às apurações dos policiais, um emissário do banqueiro teria oferecido propina para barrar a investigação da PF.
