O momento de crise que o Congresso Nacional vive não impediu que a nota do Brasil em relação ao combate à corrupção melhorasse. É o que revela um relatório divulgado pela organização Transparência Internacional (TI). A nota subiu de 3,3 no ano passado, o pior nível histórico do país, para 3,5 em 2007. A medição da ONG varia em uma escala de zero a dez.
Esta foi a primeira vez que este índice subiu durante o governo Lula. A pesquisa, no entanto, foi realizada antes de episódios como a decisão de processar os acusados do mensalão e a absolvição do presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL).
A melhora, porém, não significa que o país tenha realmente se aprimorado no combate ao problema da corrupção, já que o novo resultado encontra-se dentro da margem de erro da pesquisa, que é de 0,2 ponto percentual para cima ou para baixo.
Lula x FHC
Os índices do atual governo estão abaixo do registrado no final do mandato de Fernando Henrique Cardoso. Enquanto FHC foi melhorando sua nota do início para o fim de sua gestão, chegando a 4,1 em 1999, o governo Lula seguiu caminho contrário.
Apesar disso, o porta-voz da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Speck, afirma que não dá para dizer que o país melhorou ou piorou nesse período. "Não dá para dizer que o Brasil mudou significativamente para melhor ou para pior. E isso confirma a percepção de quem vive no país e vivencia fatos que apontam em direções opostas."
Ranking
A posição geral do Brasil no ranking caiu de 70ª para 72ª posição, mas isso é reflexo da entrada de novos países na lista divulgada pela TI.
Na América do Sul, apenas o Chile (7,0) e o Uruguai (6,7) possuem notas acima da média (5). Os países que se encontram com notas abaixo de 5 são considerados lugares com sérios problemas de corrupção.
Dinamarca, Finlândia e Nova Zelândia (nota 9,4) dividem o topo do ranking. Somália e Mianmar (1,4), Iraque (1,5) e Haiti (1,6) – que muitos qualificam como "Estado-falidos" – estão no espectro oposto.
(Camilla Shinoda)