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Congresso em Foco
17/7/2007 | Atualizado 18/7/2007 às 0:48
A presença do advogado do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na reunião da Mesa Diretora de ontem (terça, 17) teve como objetivo tentar restringir ao máximo as investigações sobre a chamada "operação rural" do senador alagoano.
Um dos integrantes da Mesa, ouvido pelo Congresso em Foco, disse que o advogado Eduardo Ferrão chegou a admitir que Renan não resistiria a uma "investigação ampla e irrestrita" sobre os documentos apresentados até agora para justificar o pagamento de pensão para sua filha, fruto de uma relação extraconjugal, com a venda de gado de suas fazendas em Alagoas.
Temendo o vazamento de informações, Renan fez uma única exigência, atendida pelos senadores da Mesa: que o pedido do Conselho de Ética fosse encaminhado ao ministro da Justiça, Tarso Genro.
A mesma fonte ouvida por este site disse que o presidente do Senado ainda deve resistir no cargo por pelo menos mais dois meses, considerando as possibilidades regimentais de adiamentos do julgamento final pelo Conselho de Ética.
Apesar disso, o próprio Renan considera a batalha no colegiado perdida, favorável à sua cassação. Por isso, durante o recesso parlamentar – que começa oficialmente hoje e vai até o próximo dia 31 – o presidente do Senado juntará forças políticas para garantir votos com folga para sua absolvição no plenário do Senado.
Integrante da Mesa Diretora, o senador Papaléo Paes (PSDB-AP) avalia que Renan não deve ter mais chances no Conselho de Ética e que a "batalha final" será mesmo em plenário. "É só ir para a matemática. Veja quem tem mais votos e saberemos que ele vai ganhar. Não há como fugir desse placar", acredita Papaléo.
O senador diz que, mesmo que a sentença no Conselho de Ética seja pela cassação de Renan, os tucanos e a oposição não terão como estratégia fazer articulações para mudar os votos em plenário. "É um julgamento político e não há nada o que fazer. No plenário não há como mudar opiniões", acrescenta o senador.
"No plenário, ele ganha com folga", antecipa Gilvam Borges (PMDB-AP), membro do Conselho de Ética e da tropa de choque de Renan. O senador do Amapá também reconhece que o presidente do Senado mudou sua estratégia, evitando o combate com seus adversários. "Agora ele tem mais é que ficar quieto", sugere Borges ao concordar que o momento é de arregimentar apoio político.
Também peemedebista, mas favorável ao afastamento de Renan da presidência, o senador Jarbas Vasconcellos (PE) diz que o caso chegou a um nível "irreversível"."Ele perdeu todas as condições políticas de continuar na presidência. A pressão das ruas é muito grande", avalia o senador pernambucano.
Imprensa
Ao fim de oito semanas de enfrentamento, tanto opositores como aliados de Renan acreditam que as pressões da mídia e da opinião pública foram excessivas contra o presidente do Senado. Muitas das críticas ao trabalho dos veículos de comunicação foram disparadas pelo próprio presidente do Senado, que fez ontem um recuo tático e disse em discurso no plenário que "tentaram" colocá-lo contra a imprensa.
"Renan sofreu mais pressão do que o ex-presidente Fernando Collor. Até os bêbados de Manaus sabiam do gado dele", disse ao Congresso em Foco o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM).
"Quem deve estar envergonhado é a imprensa, por estar tendo um comportamento tão inadequado", disse o senador Almeida Lima (PMDB-SE), um dos relatores do caso Renan no Conselho de Ética e defensor enfático do presidente do Senado. "A imprensa não está gostando do meu papel e, por isso, estão levantando a minha vida", reclamou o senador sergipano.
"Sem dúvida, houve um desgaste muito forte provocado por setores da mídia nacional. O problema é que esses mesmos setores condenam quando aparecem as primeiras denúncias sem dar chance de defesa", considerou o líder do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), sem citar nomes de possíveis veículos.
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