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Congresso em Foco
19/4/2007 | Atualizado às 10:18
Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, a sociedade brasileira está ficando "cansada da retórica vazia do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)". Ao comentar, em entrevista à Agência Brasil, a justificativa do MST para as invasões do abril Vermelho, Cassel constatou que não há um "diálogo franco entre o governo e os trabalhadores sem terra".
Em nota divulgada no dia 17, o MST disse que, ao ocupar terras, busca apenas o cumprimento da Constituição, e criticou o governo federal por priorizar o modelo agrícola do agronegócio, com farta concessão de crédito oficial, em detrimento dos pequenos produtores rurais. "O Estado tem a responsabilidade de garantir aos cidadãos e cidadãs o acesso democrático, com direitos iguais, ao emprego, moradia, educação e saúde, garantidos na nossa Constituição", diz um trecho do documento.
"Não só eu, mas toda a sociedade brasileira está ficando um pouco cansada dessa retórica vazia, que sempre vira as costas para a realidade, para justificar os seus atos. Todo mundo sabe, isso está em todo os documentos, em todos os balanços, que o governo federal, nos últimos quatro anos, investiu como nunca tanto em reforma agrária quanto em agricultura familiar", rebateu Guilherme Cassel.
"Isso é um fato da vida, as pessoas não podem dizer que isso não aconteceu. Elas podem pedir mais, isso é justo e compreensível. Mas não pode dizer que não foi feito nada. Isso é retórica e retórica vazia para justificar ações políticas que são, às vezes, inaceitáveis", completou.
Na nota, o MST afirma, ainda, que "nos últimos anos, pouco ou nada foi feito para uma verdadeira reforma agrária" e contesta a isenção de impostos dada ao "modelo agroexportador" pela Lei Kandir.
"É um benefício que nenhum trabalhador, agricultor, comerciante ou industrial tem no país: recebe muito dinheiro, paga poucos impostos e não tem nenhum compromisso social ou com o desenvolvimento. É um benefício dado apenas para as grandes empresas nacionais e estrangeiras", destacam os sem terra.
Cassel reconheceu a concessão de financiamento ao agronegócio, mas disse que isso não significa que a agricultura familiar tenha sido deixada de lado. "O governo investiu e investiu muito no agronegócio, a chamada agricultura patronal, que respondeu com muita qualidade, gerou excedente de produção, gerou reservas, foi muito importante. O governo investiu muito na agricultura familiar, que respondeu também com enorme qualidade, enorme vitalidade". (Carol Ferrare)
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