O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) desqualificou o relatório do delegado da Polícia Federal, Diógenes Curado, que o indicia por crime eleitoral na negociação do dossiê contra candidatos tucanos. Em entrevista coletiva, o senador afirmou que não existem provas contra ele.
"Meu nome nunca foi citado como investigado. A Polícia Federal, quando acusa alguém, tem que apresentar as provas. Cabe a eles a responsabilidade por elucidar os pontos obscuros e não a mim. Tanto a CPI quanto a Polícia Federal já disseram que não sabem a origem do dinheiro. O delegado diz o seguinte: que eu tinha que declarar na prestação de contas os recursos que eu não consigo provar a origem. Se eu mentisse, não haveria crime. Mas eu não farei esse papel", afirmou o senador.
De acordo com o relatório de Curado, Mercadante teve “responsabilidade solidária” no episódio por não declarar o dinheiro encontrado com petistas no hotel em São Paulo. "Tirou os aloprados da campanha nacional e deixou os aloprados da campanha paulista. E com isso, eu que tenho que ficar me explicando na véspera do Natal. Tudo isso para evitar as manchetes de que a investigação fracassou", disse Mercadante.
Como o inquérito envolveu um parlamentar, o processo deverá ser encaminhado pelo Supremo Tribunal Federal à Procuradoria Geral da República. Mas isso deverá acontecer somente em janeiro, após o recesso de final de ano. "No Supremo Tribunal Federal, o lugar desse processo é o arquivo. É inaceitável o que foi feito com esse inquérito", comentou.