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Congresso em Foco
22/11/2006 6:16
Durante audiência pública de oito horas no Senado, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, admitiu ontem, pela primeira vez, que o controle de vôo de Brasília pode ter responsabilidade no choque entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, que matou 154 pessoas em 29 de setembro.
De acordo com o brigadeiro, dois controladores responsáveis pelo Legacy na hora anterior ao choque presumiram incorretamente que o jato estava a 36 mil pés depois de passar pela capital, conforme previa o plano de vôo no computador. O jato, no entanto, permaneceu erroneamente em 37 mil pés, altitude que mantinha desde São José dos Campos (SP), em rota de colisão com o Boeing da Gol que vinha de Manaus.
Segundo Bueno, durante o período em que o Legacy voava monitorado pelo centro de Brasília, o Cindacta-1, o militar que deixou o posto passou ao substituto "uma informação falsa, que pensava ser verdadeira".
Em função disso, explicou o brigadeiro, os controladores não teriam se preocupado em contatar por rádio o Legacy durante 35 minutos - 24 deles com o avião desaparecido da tela do chamado radar secundário, que usa os dados transmitidos pelo transponder da aeronave (altitude, velocidade e identificação).
Ainda sob investigação
Bueno destacou, no entanto, que não queria nem podia prejulgar porque "tudo ainda está sob investigação". "Na hora da troca de turno, o controlador passou (para o substituto) que o nível era 360 (36 mil pés), e este repassou para Manaus", disse Bueno. "Ele (o novo controlador) não teve sombra de dúvida de que o avião estava no nível 360", completou.
O relatório preliminar da Aeronáutica, divulgado na quinta-feira, diz que das 15h55, quando o Legacy passou por Brasília, até as 16h26, "não houve qualquer tentativa de contato, nem por parte do N600XL (Legacy) nem por parte do Centro de Brasília".
O comandante da Aeronáutica alegou que os pilotos talvez não tenham conseguido se comunicar com o Cindacta-1 e vice-versa porque os americanos teriam trocado a freqüência do rádio do avião, sintonizando a freqüência errada.
"Linguagem inadequada"
O ministro da Defesa, Waldir Pires, também sugeriu erro dos controladores, só que de São José dos Campos, de onde o Legacy decolou. De acordo com o ministro, que também participou da audiência no Senado, o controlador do aeroporto da cidade paulista usou uma "linguagem inadequada" ao confirmar o vôo até Manaus a 37 mil pés. Com isso, o piloto pode ter entendido que deveria seguir nessa altitude até a capital amazonense, em vez de descer a 36 mil quando passasse por Brasília.
Essa "linguagem inadequada", ressalvou o ministro, não pode levar à interpretação de que a tragédia é de "responsabilidade exclusiva do controle". Waldir Pires disse que o piloto do Legacy tinha o plano e uma carta aeronáutica indicando claramente que, no sentido sul-norte, só se pode andar em altitudes pares.
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