Se o presidente Lula confirmar a vitória neste segundo turno, no próximo mandato ele estará enfraquecido por causa da série de denúncias de corrupção que tomaram conta do cenário político nesses últimos anos de governo. Para reverter esse quadro, o petista deverá criar uma agenda de reformas e selar acordos para aprová-las logo. Isso é o que afirma a diretora do departamento de ratings da corretora Standard and Poor´s (uma das responsáveis pela classificação de risco do país), Liza Schineller.
"Seja qual for a agenda do novo governo brasileiro, ela terá de ser negociada, mas não será fácil fazer alianças. O ideal seria ter o time econômico e a equipe política articulando lado a lado. Melhor que seja logo, para aproveitar o capital das urnas", disse.
Apesar de especialistas de Wall Street concordarem que o Brasil fez progressos significativos na economia nesses últimos quatro anos, a Standard and Poor´s afirma que ainda existe muita fragilidade na questão fiscal.
Para Schineller, o novo presidente da República deverá reduzir os gastos do governo para reduzir a carga de impostos e, dessa forma, possibilitar um crescimento acelerado da economia.
"O nível da dívida e dos gastos do governo têm um efeito importante na taxa de crescimento. A carga fiscal dificulta os investimentos das empresas, por isso, seria importante o governo reduzir a carga fiscal para facilitar uma maior competitividade na economia. Gastos menores e melhor composição dos gastos, do nosso ponto de vista, reduziriam o risco Brasil no mercado", declarou Schineller. (Renaro Cardozo)