Dono da Planam complica situação de Nilton Capixaba
Congresso em Foco
7/9/2006 | Atualizado às 13:40
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O empresário Luiz Antônio Vedoin, sócio da empresa Planam, confirmou, em depoimento à Polícia Federal, que o deputado Nilton Capixaba (PTB-RO) era o principal ponto de apoio da máfia das ambulâncias no Congresso. Segundo Luiz Antônio, Capixaba ajudava a quadrilha a cooptar outros parlamentares, que recebiam comissões, de 10% em média, para apresentação de emendas para compra de ambulâncias superfaturadas.
De acordo com o empresário, o deputado recebeu, nos últimos três anos, 48 pagamentos, num montante de R$ 651,6 mil, por meio de dinheiro vivo, cheques e transferências bancárias para a conta dele ou de assessores. Réu colaborador nos inquéritos da Operação Sanguessugas, Luiz Antônio passou o dia de ontem na sede da PF dando detalhes sobre a participação de parlamentares no esquema em troca do benefício da delação premiada, como contam os repórteres Vannildo Mendes e Sônia Filgueiras, em reportagem de O Estado de S. Paulo.
O empresário disse que suas informações deixaram satisfeito o delegado Rodrigo Carneiro Gomes, da força tarefa criada pela PF o Ministério Público para acelerar a conclusão dos 115 inquéritos abertos contra 84 parlamentares e 31 prefeitos por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele volta na próxima semana para prosseguir com a colaboração.
Segundo a reportagem do Estadão, Luiz Antônio também complicou a vida dos deputados Cabo Júlio (PMDB-MG), um dos mais assíduos na folha da Planam, e Wanderval Santos (PL-SP), ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus.
"Conforme o relato de Vedoin, Entre 2002 e 2004, foram feitos 18 pagamentos em favor do Cabo Júlio, totalizando R$ 333,8 mil. Parte desse valor foi depositado na conta do próprio deputado e R$ 100 mil destinados à compra de um imóvel no nome dele", diz a matéria.
"Walderval, por sua vez, recebeu R$ 50 mil por intermédio de um assessor e outros R$ 30 mil, em forma de entrada de uma BMW paga pela Planam em maio de 2005. Até agora, as informações de Vedoin ajudaram a PF a montar o perfil completo da participação de cerca de 30 parlamentares no esquema das ambulâncias", observa a reportagem.
