Uma gravação obtida pela Polícia Federal durante a Operação Sanguessuga confirma que os empresários que comandam a Planam - entre eles, Luiz Antônio Vedoin - pagavam propina para congressistas por intermédio do motorista Fernando Freitas.
Em depoimento à PF, o motorista Fernando Freitas chegou a dizer que Vedoin sacava o dinheiro no banco Itaú, no Setor Comercial Sul, em Brasília, e levava uma quantia considerável para ser distribuída no Congresso.
Segundo o motorista, os empresários distribuíam o dinheiro no estacionamento da Câmara. Depois, os parlamentares e assessores guardavam a propina entre os bolsos e pastas, na tentativa de evitar que volumes maiores fossem detectados pelos sensores instalados na entrada da Câmara ou do Senado.
Eram feitas diversas viagens. O motorista afirmou que não presenciou a entrega de dinheiro, porque ficava no estacionamento. No entanto, disse que escutava conversas, onde o grupo falava de pagamento a deputados.
De acordo com diálogos gravados pela PF, o motorista fez pagamentos a pelo menos dois deputados ou a seus assessores: Maurício Rabelo (PL-TO) e Isaías Silvestre (PSB-MG). Numa das conversas, os integrantes da quadrilha mencionam pagamento de R$ 20 mil a Luiz Martins, assessor de Maurício Rebelo. Em outra, dizem que entregaram um cheque para Isaías Silvestre. Nas gravações, o nome do deputado Irapuan Teixeira (PP-SP) também é mencionado.