Ainda em greve de fome, o pré-candidato do PMDB à Presidência, Anthony Garotinho, foi internado ontem no hospital Quinta D'Or, no Rio de Janeiro, após recomendação do médico Abdu Neme Jorge Makhluf Neto, que ameaçou abandonar o peemedebista caso fosse contrariado. Ele acompanha o protesto desde o início, há dez dias.
O último boletim médico divulgado ontem dizia que o ex-governador está lúcido e orientado, mas sofre de uma desidratação moderada, dores musculares, cefaléia, cãimbras e cansaço aos médios esforços. O político já perdeu cerca de 7 kg desde o início da greve de fome.
Garotinho foi levado ao pronto-socorro por uma UTI Móvel do Corpo de Bombeiros. O veículo foi seguido por carros de correligionários do PMDB, onde estavam os filhos Wladmir, Anthony e Clarissa. Apesar de aceitar a internação, ele anunciou que continua o jejum até que obtenha, na Justiça, o direito de resposta nas Organizações Globo às denúncias publicadas contra ele.
O ex-governador protesta contra o que chama de perseguição política e tentativa da mídia de desconstruir sua imagem. A greve de fome foi iniciada após a veiculação em diversos órgãos de imprensa de reportagens apontando irregularidades nas doações para a pré-campanha de Garotinho e a suposta ligação delas com contratos de prestação de serviços para o governo do Rio, administrado pela mulher, a governadora Rosinha Matheus.
Outra exigência do presidenciável para abrir mão do protesto era que as eleições de outubro fossem supervisionadas por organismos internacionais. Porém, com o agravamento de seu estado clínico geral e sem qualquer sinalização de que o pedido seria atendido, Garotinho aboliu o quesito de sua lista de reivindicações.