O presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), deve anunciar amanhã o destino do pedido de abertura de uma CPI para investigar as relações entre o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, e a família do presidente Lula. Antes de sair do papel, a CPI já foi apelidada de "CPI do Armagedon", alusão ao local onde, segundo os cristãos, tem início o fim do mundo.
Renan deve recomendar o arquivamento da CPI, invocando argumentos jurídicos, como a ausência de um fato determinado que justifique a sua abertura. Contando com resistências por parte de governistas e oposicionistas, a justificativa para o arquivamento deve ser técnica.
Nota-se a falta de vontade política para que a comissão saia do papel até pelo comportamento do maior interessado no assunto: autor do pedido de abertura da CPI, senador Almeida Lima (PMDB-SE), nem irá ao Senado esta semana. Segundo a assessoria do senador, ele viajou para a Suíça e só retorna a Brasília na quinta-feira, quando o destino da comissão já terá sido traçado.
A nova comissão seria uma alternativa à CPI dos Bingos, na qual os oposicionistas tentam, sem êxito, ter acesso aos dados do sigilo bancário de Okamotto, para investigar os pagamentos que ele teria feito de dívidas do presidente Lula e de sua filha, Lurian Cordeiro. O Supremo Tribunal Federal concedeu liminar a Okamotto e impediu a comissão de ter acesso aos dados do sigilo.
Okamotto confirmou o pagamento das despesas do presidente Lula e afirmou que os recursos para a quitação saíram de seu salário como presidente do Sebrae, mas se negou a revelar dados de suas contas bancárias.