Segundo reportagem do jornal
O Globo deste domingo, a Polícia Federal e o Ministério Público deverão aprofundar as investigações sobre as relações entre o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, o operador do caixa dois petista, e o secretário de governo de Minas Gerais, Danilo de Castro, um dos principais auxiliares do governador Aécio Neves. Laudo recém-concluído pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC) comprova que Castro foi avalista de um empréstimo de R$ 707 mil que a SMP&B, uma das agências de Valério, fez no Banco Rural no dia 25 de novembro de 2004.
Nas investigações do mensalão, Valério foi denunciado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, como um dos principais integrantes da suposta organização criminosa. O laudo informa ainda que o empréstimo foi pago pela DNA Propaganda, outra agência de Valério, a partir de recursos recebidos da Visanet, operadora de cartão de crédito ligada ao Banco do Brasil, em setembro do ano passado.
Na matéria assinada por Jailton de Carvalho, o laudo confirma que o empréstimo da empresa de Valério foi avalizado também pelo presidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, deputado Mauri Torres (PSDB-MG). Neste período, a SMP&B de Valério
Detinha um contrato de R$ 10 milhões com a Assembléia. O contrato foi suspenso ano passado em meio ao escândalo do mensalão.
O laudo mostra ainda que Danilo de Castro e Mauri Torres só deixaram de ser avalistas do empréstimo de Valério no dia 13 de junho do ano passado, uma semana depois da entrevista em que o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) denunciou o esquema de repasses do PT para parlamentares da base governista, o chamado mensalão, operado por Marcos Valério e o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares.