Ao mesmo tempo em que é investigado pela Polícia Federal, pela quebra do sigilo bancário e o vazamento dos extratos do caseiro Francenildo dos Santos Costa, o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci também é alvo da Polícia Civil de São Paulo. Ela apura a participação do ex-ministro em uma rede de corrupção envolvendo empresas de limpeza urbana contratadas pelo município de Ribeirão Preto (SP) na época em que Palocci foi prefeito da cidade.
O delegado seccional de Ribeirão Preto, Benedito Antonio Valencise, pretende indiciar Palocci pelos crimes de peculato (apropriação de recursos por servidor público em razão do cargo que ocupa), falsidade ideológica e formação de quadrilha. O indiciamento deve ocorrer logo após o depoimento do ex-ministro, cuja data o delegado pretende marcar entre terça e quarta-feira.
A idéia é ouvir Palocci na próxima semana. "Por conta do feriado (dia 21), será difícil marcar o depoimento para esta semana", disse o delegado, segundo a Folha Online. Valencise explicou que o ex-ministro tanto poderá ser ouvido em Ribeirão Preto quanto em Brasília. "Ele pode fazer valer seu direito de ser ouvido no local onde mora. Como ele mora em Brasília agora, pode ser ouvido lá", explicou.
PF quer acessar sigilo de ex-assessor de Palocci
Segundo a Agência Reuters, a Polícia Federal (PF) á nesta segunda-feira à Justiça a quebra do sigilo telefônico do jornalista Marcelo Netto, que foi assessor de imprensa de Antonio Palocci em todo o período no qual ele exerceu o cargo de ministro da Fazenda.
Em matéria assinada por Áureo Germano, a agência relata que a PF suspeita de que Marcelo Netto tenha sido o responsável pelo vazamento do extrato bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, publicado em 17 de março pela revista Época.
Por isso, o delegado Rodrigo Carneiro Gomes, encarregado da investigação, quer ter acesso aos telefonemas efetuados e recebidos pelo ex-assessor entre 16 e 27 de março. Marcelo Netto foi chamado para depor na PF, mas se recusou a responder às perguntas sobre o vazamento dos dados bancários do caseiro.
Na quarta-feira (19), a Polícia Federal enviará relatório parcial do inquérito à Justiça, pedindo o indiciamento de Palocci pelos crimes de prevaricação e denunciação caluniosa, para os quais a pena conjunta prevista em lei chega a oito anos de reclusão. Palocci e Jorge Mattoso, ex-presidente da Caixa Econômica Federal, já foram indiciados pelos crimes de violação de sigilo funcional e quebra de sigilo bancário.