O presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT-MS), admitiu hoje que a comissão pode ter dois relatórios finais, um dos quais elaborado pela base governista. "Pode acontecer sim, apesar de não ser regimental. Mas é fundamental aprovar um relatório conclusivo", disse. "Estamos procurando discutir para chegar a um consenso, mas se não tiver esse consenso, vai a voto", completou.
Segundo Delcídio, "visões diferenciadas sobre os saques e a formação de caixa dois", além das posições divergentes sobre "o foco do mensalão e os indiciamentos", podem causar tumulto na reunião de amanhã, quando deve ser lido o relatório final da CPI. A apresentação do texto estava prevista esta tarde, mas foi adiada a pedido do relator, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR).
"O relatório é complexo e o Osmar está fazendo um trabalho rigoroso. Ele precisou de mais um dia para revisar pontos, olhar algumas questões e trocar informações com a assessoria técnica", explicou. Delcídio não quis se pronunciar sobre o teor do documento, ou sobre se haverá citações ao presidente Lula e ao seu filho, Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha.
A peça principal do relatório final ainda não foi concluída, nem enviada para a Gráfica do Senado, responsável pela impressão. Os dez anexos, com 100 cópias de cada, que somam 4.100 páginas, já estão prontos. Até aqui foi gasta quase uma tonelada de papel. A gráfica parou tudo para imprimir o documento, com trabalho inclusive no fim de semana.