A coordenação política do governo decidiu hoje que o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, tem de permanecer no cargo e atribuiu as denúncias contra ele à recuperação do presidente Lula nas últimas pesquisas de intenção de voto. Segundo o líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), Palocci irá permanecer no cargo até o término do atual governo. "Ele não é candidato a deputado. Irá permanecer como ministro até o dia 31 de dezembro", disse o líder.
Além de Fontana e Palocci, participaram da reunião os ministros Dilma Roussef (Casa Civil), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência), Márcio Thomaz Bastos (Justiça), Ciro Gomes (Integração nacional) e o líder do governo na Câmara,
Arlindo Chinaglia (PT-SP). Em viagem à Bahia, o presidente Lula e o ministro de Relações Institucionais,
Jaques Wagner, não participaram do encontro.
Na avaliação de Fontana, os ataques ao ministro são uma "jogada desesperada (da oposição) quando estão faltando cinco minutos para o fim da prorrogação da final de uma Copa do Mundo".
O líder do PT relatou que foi consenso na reunião a indignação com a quebra do sigilo do caseiro Francenildo Santos Costa. Segundo o petista, o governo não concorda com esse tipo de conduta. "Seria uma tática burra porque só traz prejuízo para o governo. E seria estranho o governo, depois de um ano investigado por CPIs, usar a máquina contra o caseiro", afirmou.
"Mas é preciso lembrar que irresponsavelmente a oposição acusou o ministro da Justiça de enviar divisas irregularmente para o exterior, o que não se provou. É preciso lembrar ainda que o líder do PFL na Câmara (Rodrigo Maia) uma vez acusou deputados do PT de fazerem saques no Banco Rural. Provou-se que foi uma denúncia sem fundamento", disse Fontana.
Para Fontana, a oposição quer desestabilizar o governo Lula. "O que o PSDB e o PFL tentam é repetir a campanha de 2002 e colocar o medo e o terror na população. Eles não podem fazer isso de novo. Estão apelando para uma última cartada e nós decidimos que vamos reagir à altura. Eles são capazes de qualquer coisa para desestabilizar o governo Lula e não vão conseguir", afirmou.