Um carro alegórico da escola de samba Leandro de Itaquera causou polêmica no sambódromo do Anhembi, em São Paulo, neste domingo, ao exibir bonecos do ex-governador Mário Covas, do sucessor dele, Geraldo Alckmin, e do prefeito José Serra. Apesar da homenagem ao trio tucano, o fundador da escola Leandro Alves Martins negou o uso político-partidário do desfile.
"O nosso enredo é sobre o Rio Tietê. Covas e Alckmin fizeram diferença nisso, não tem como não falar deles. Já o Serra está no carro porque essa é a alegoria também da maior festa de São Paulo junto do Carnaval, que é a parada gay. E isso é a prefeitura que organiza", afirmou o dirigente. "A verdade é que o samba não tem partido. Eu só estou preocupado com o nosso enredo, não tem nada a ver com o PSDB", disse Leandro, que concorreu a uma cadeira de vereador pelo partido nas últimas eleições.
Alckmin e Serra, que não acompanharam o desfile, chegaram a pedir à escola que desistisse da homenagem. O mesmo solicitaram à Justiça alguns vereadores petistas na quinta-feira. Mas, segundo Leandro, a mudança em cima da hora era inviável.
No carro A Maior Festa do Estado de São Paulo não estavam representados apenas os políticos do PSDB e o seu mascote, mas também alguns travestis que desfilavam para lembrar a parada gay da cidade. A Parada do Orgulho GLBT (Gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros) decidiu, na sexta-feira, que não participaria do desfile da escola por "razões político-partidárias".