A antecipação do reajuste do salário mínimo para março, proposto pelas centrais sindicais ao governo, terá um impacto de R$ 1 bilhão nas contas da União, segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Em reunião realizada hoje entre Marinho e o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, as centrais sindicais aceitaram a idéia de um mínimo de R$ 350,00, desde que sua vigência seja antecipada de maio para março. O governo havia proposto R$ 340,00, a partir de maio.
O ministro do Trabalho disse que vai levar a sugestão das centrais a Lula. Marinho volta a se reunir com os sindicalistas para discutir o assunto na quinta-feira da semana que vem. "O valor de R$ 350,00 pago em maio é mais realista do ponto de vista do impacto orçamentário", afirmou o ministro. "Antecipá-lo em três meses fica um pouco mais pesado", completou.
Os sindicalistas também condicionaram o apoio ao mínimo de R$ 350 à correção da tabela do imposto de renda em 10%. Segundo os representantes das centrais, o governo propôs no máximo 7% de correção. "Queremos trabalhar os dois assuntos em conjunto, e ainda é preciso fazer cálculos para ver como eles caberão no orçamento de 2006", observou Marinho.
O relator do projeto de orçamento da União para 2006, deputado Carlito Merss (PT-SC), também participou da reunião. Merss não quis comentar o valor do custo da antecipação do mínimo de R$ 350,00 para março, mas informou que esse valor, pago em maio, representará um custo de R$ 4,6 bilhões no ano, basicamente para a Previdência. Já o custo da correção da tabela do IRPF em 7%, segundo o deputado, seria de R$ 900 milhões para a União e de R$ 800 milhões para os Estados e o Distrito Federal, em 12 meses.