A ex-diretora-financeira da Prece (fundo de pensão dos funcionários da Companhia de Água e Esgoto do Rio de Janeiro), Magda das Chagas Pereira, e o gerente de investimentos da entidade, Paulo Martins, entraram em contradição há pouco, durante depoimento à Subcomissão de Fundos de Pensão da CPI dos Correios.
Magda classificou como agressivo o perfil dos investimentos da Prece. Segundo ela, o fundo de pensão aceitaria correr maiores riscos para obter maiores ganhos. Martins, por sua vez, disse que a Prece tem perfil de investimentos moderado, uma vez que seu objetivo não é obter lucro a qualquer custo. Ele depõe na comissão a pedido da diretora-financeira.
O objetivo da audiência é esclarecer os investimentos da Prece, fundo de pensão ligado à Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro. Os depoentes, no entanto, conseguiram habeas-corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) que lhes garante o direito de silêncio para evitar a auto-incriminação e que proíbe a divulgação, por parte da CPI, dos documentos sigilosos da Prece.
De acordo com as investigações da comissão, a Prece teria a maior perda de recursos em operações no mercado: R$ 309 milhões. Além disso, os dois maiores beneficiários dos prejuízos acarretados ao fundo estariam ligados ao fundo de pensão.
A Prece e a CPI dos Correios têm travado uma batalha jurídica. O fundo chegou a conseguir uma liminar que impedia a CPI de utilizar dados dos sigilos bancários da entidade. A comissão acabou conseguindo derrubar a liminar aceita pelo STF, ao apontar ligações da Prece com as corretoras Bônus-Banval e Guaranhuns, ambas supostamente usadas pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza para repassar recursos para o PP e PL.